Série B está entre os cinco principais campeonatos para apostas esportivas no Brasil
O campeonato da segunda divisão nacional é a quinta competição mais apostada no Brasil, com 179 mil jogadores, segundo dados da KTO de 2024
A Série B é a segunda divisão do futebol brasileiro e, embora não esteja no topo, ainda figura entre as cinco competições no país em termos de apostas esportivas. Essa conclusão é baseada em dados fornecidos pela KTO, referentes ao primeiro semestre de 2024.
Como era de se esperar, o futebol é o esporte com mais apostadores no país: supera 80% dos palpites e do valor apostado na plataforma. O Brasileirão tem a liderança entre os campeonatos preferidos, com 279 mil usuários. A Série B tem a quinta posição neste ranking, sendo a escolha de 179 mil jogadores.
Entre as duas divisões nacionais, três competições de destaque. A Copa Libertadores tem a vice-liderança (199 mil apostadores únicos), seguida de perto pela Premier League (194 mil). Apesar dos astros, os 180 mil usuários que se arriscaram em jogos de La Liga deram apenas o quarto lugar ao campeonato, mesmo nível de interesse da segundona brasileira.
Outras modalidades nas apostas esportivas
Apesar disso, o futebol é a modalidade com menor valor médio das apostas entre os cinco no topo da lista divulgada pela KTO, R$ 36. Os palpites mais altos vêm do tênis (R$ 144), seguidos por vôlei (R$ 99) e basquete (R$ 96).
A bola laranja é a modalidade que aparece em segundo lugar no volume das apostas esportivas, com 4% em quantidade de palpites. Com 3%, o vôlei aparece na terceira posição. Ambos crescem no valor apostado, passando a 8% e 4%, respectivamente.
O tênis é um caso à parte nos números da KTO. Com apenas um por cento do volume, colocou dois torneios no top 5 da preferência do público, excluindo o futebol: as chaves masculinas de Roland Garros e do Australian Open. As outras três posições foram ocupadas por competições de vôlei, com a Superliga flanqueada pelas edições masculina e feminina da Liga das Nações.
Futebol virtual é caso excepcional
Outro caso excepcional é o do futebol virtual. A modalidade ocupa o quarto lugar em quase todas as métricas de apostas esportivas na plataforma, mas com um detalhe curioso. A participação no valor apostado é quatro vezes maior do que no número de entradas.
Isto porque o eFutebol é o esporte com mais frequência de apostas diárias por usuário na KTO. Enquanto um apostador de futebol faz 3 palpites por dia, quem foca na opção virtual tem média de 4,5 entradas. A comparação é ainda mais desproporcional frente às outras modalidades, com média de 1,6 apostas.
Jogo responsável
Outro ponto que chama atenção nos dados divulgados é a aposta mais comum no site. O valor é o mesmo para todos os esportes, dez reais. Relativamente modesto, o valor permite entender um pouco a mentalidade dos jogadores brasileiros: fazer um número maior de entradas, ao invés de arriscar tudo de uma só vez.
A tática é inteligente. Nos próprios dados da KTO, apenas cerca de 20% dos usuários saíram vencedores das apostas esportivas que fizeram no primeiro semestre. É também um princípio importante do jogo responsável, algo que começa a ganhar cada vez mais espaço entre as ações das marcas.
Governo Federal está de olho
O Governo Federal também está de olho na questão. Isso inclui o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um dos responsáveis por supervisionar a regulamentação das apostas esportivas.
"Nosso objetivo aqui é tratar desse assunto com a cautela devida, a distância entre entretenimento e a dependência nesses casos é muito tênue, e nós precisamos saber lidar com isso", afirmou Haddad em encontro com jornalistas. "A regulamentação ficou toda pronta no final de junho e nós estamos, portanto, autorizados para agir."
Na metade de setembro, o Ministério da Fazenda anunciou que irá suspender, a partir de outubro, as empresas que não entraram com o pedido de autorização junto à Secretaria de Prêmios e Apostas. A medida é uma reação às constantes controvérsias e investigações envolvendo as plataformas online.
“Têm vindo à tona muitas operações policiais envolvendo empresas que atuam no mercado de apostas de forma criminosa. Essa foi a forma que encontramos de não aguardar até janeiro para começar a separar o joio do trigo. Queremos proteger a saúde mental, financeira e física do apostador”, explicou em nota o secretário de Prêmios e Apostas, Régis Dudena.