Há uma década, seria impossível para a maior parte da população brasileira prever a forma de consumo de produtos midiáticos - filmes, novelas, séries - como é vista hoje em dia.
A Netflix, por exemplo, chegou ao Brasil em 2011, mas sua popularização só começou em 2013, com a estreia do primeiro sucesso: a série política House of Cards.
Mesmo com uma gigante internacional se consolidando em solo brasileiro, era difícil imaginar que novelas exibidas na tradicional faixa das oito na Globo estariam disponíveis com um clique, em uma plataforma de streaming brasileira. Em 2015, timidamente, o Globoplay foi lançado.
Antes somente uma plataforma digital para ancorar o conteúdo da Globo, hoje o Globoplay tem objetivos mais ousados. Ser o maior streaming do Brasil. O caminho a ser percorrido, porém, ainda é longo.
Globoplay não dá lucro
Mesmo tendo experimentado um crescimento - só nesse ano, a plataforma aumentou mais de 15% sua base de assinantes em comparação a 2021 - o Globoplay ainda não dá lucro para o Grupo Globo.
"Ainda gastamos uma enormidade de dinheiro com conteúdo que não é paga pela nossa base atual de assinantes", diz um executivo da Globo ao Notícias da TV.
Ainda de acordo com o veículo, no primeiro trimestre deste ano, a Globo faturou R$ 3,2 bilhões e lucrou R$ 367 milhões. Esses valores podiam ser ainda maiores, não fossem os massivos investimentos em conteúdo. Mas a Globo tem um plano.
Maior streaming do Brasil
O planejamento da Globo é fazer do Globoplay o maior streaming do Brasil. Para isso, vai realizar um expressivo aumento de investimento na área, com mais produções nacionais na plataforma e demais produtos do grupo.
As plataformas do grupo vão lançar 194 títulos com o mercado independente em 2022, conforme segundo Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo.
"Na Globo Filmes, serão 44 lançamentos com primeira janela nos cinemas, sendo 28 obras de ficção e 16 documentários. No Globoplay, serão 17 produções originais desenvolvidas com produtoras independentes", disse ele.
Mesmo com o retorno financeiro não tão expressivo, o Globoplay não tem pressa de crescer. Na verdade, planeja sua consolidação para daqui a quatro ou cinco anos. Até lá, resta acompanhar os rumos desse plano.
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