INCLUSÃO

Inclusão além da acessibilidade: como combater o capacitismo na prática

Apesar da Lei Brasileira de Inclusão, persistem os obstáculos para a plena inserção de Pessoas com Deficiência (PcDs) no mercado e na educação

Samantha Oliveira
Samantha Oliveira
Publicado em 23/12/2025 às 12:04
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Jornal do Commercio
Apesar das inúmeras barreiras, os estudantes com deficiência seguem resistindo FOTO: Jornal do Commercio

Pensar em uma sociedade inclusiva vai muito além de mudanças físicas em espaços - como a adição de rampas e elevadores para acessibilidade. Na verdade, é sobre refletir por que e quais são as adaptações necessárias para diferentes deficiências, sendo elas visíveis ou não.

Em uma sociedade que está cada vez mais diversa, discussões sobre capacitismo e visibilidade acerca de deficiências são ainda mais intensificadas.

Para Adriane Mendes, gerente Ambiental e Social da UNINASSAU, a inclusão de Pessoas com Deficiência exige a chamada atuação integrada em diversas áreas de atuação. "Destaco quatro áreas estratégicas: educação inclusiva, acessibilidade urbana e digital, empregabilidade com responsabilidade social e cultura organizacional anticapacitista", justifica. "Quando essas áreas dialogam, a inclusão deixa de ser exceção e passa a ser parte da estrutura social e econômica".

Diagnósticos invisíveis

JURGITA VAICIKEVICIENE/Istock

Conceito do Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Mãos de adultos e crianças segurando o coração do quebra-cabeça em fundo azul claro. Vista superior - JURGITA VAICIKEVICIENE/Istock

Deficiências invisíveis, como TDAH e autismo, têm sido cada vez mais debatidas e desmistificadas. Como prova disso, o Censo Escolar do MEC registrou uma alta de 44,4% nos casos de autismo, totalizando 2 milhões de pessoas que se declaram no espectro.

A alta dos casos evidencia que essas pessoas estão sendo reconhecidas e, consequentemente, incluídas na sociedade. Ainda assim, existem desafios. "O impacto social se manifesta tanto na ampliação do acesso a direitos quanto na urgência de políticas públicas, práticas educacionais e ambientes de trabalho mais flexíveis, empáticos e informados", aponta Adriane Mendes.

No ambiente da UNINASSAU, a diretriz anticapacitista é aplicada dentro e fora da sala de aula, com acessibilidade arquitetônia, pedagógica, comunicacional e digital. "A instituição mantém políticas de acolhimento, escuta ativa e acompanhamento dos estudantes, fortalecendo uma cultura de respeito às diferenças também fora da sala de aula, em eventos, projetos de extensão e ações comunitárias", lista ainda.

Pilares para a inclusão

O papel da educação é fundamental para garantir ambientes seguros e amparados, agindo com papel central para garantir o acesso, permanência e aprendizagem com equidade. Já no mercado de trabalho, é necessário ir além da Lei Brasileira de Inclusão, a partir do investimento em ambientes acessíveis, formação de lideranças, adaptação de funções e valorização de competências individuais

Mendes ainda complementa que essas habilidades devem ser, além de técnicas, humanas e éticas. "Do ponto de vista prático, os futuros profissionais precisam compreender conceitos de acessibilidade universal, tecnologias assistivas, adaptações razoáveis e inclusão digital. Essas habilidades permitem que qualquer área de atuação — da engenharia à educação, da saúde à gestão — incorpore a acessibilidade como princípio e não como exceção", adiciona a gerente Ambiental e Social da UNINASSAU. 

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