Circula em grupos de Whatsapp o print de uma matéria envolvendo o nome da candidata a governadora Marília Arraes (SD).
O texto afirma que Marília teria se reunido com a comunidade LGBTQIA+ e teria se comprometido a implementar a linguagem neutra e ideologia de gênero nas escolas.
Onde foi publicado e alcance
O print da matéria circula em grupos de Whatsapp.
Como verificamos
O Confere.ai buscou pela matéria apresentada na mensagem, entrou em contato com a assessoria da candidata, analisou o plano de governo e buscou por depoimentos de Marília Arraes sobre o tema.
O que diz o autor da publicação
O Confere.ai não conseguiu entrar em contato com o autor da publicação, já que as mensagens do WhatsApp são criptografadas e não há clareza quanto à origem da postagem.
O site Gazeta Olinda, que tem sua logo estampada na matéria que tem sido compartilhada não disponibiliza meios de contato pelo site. Também não foram encontradas redes sociais do portal.
Conclusão
O Confere.ai classifica as informações da matéria do Gazeta Olinda como falsas. Em nenhuma reunião com a comunidade LGBTQIA+ a candidata Marília Arraes afirmou que iria implantar a linguagem neutra ou suposta “ideologia de gênero” nas escolas.
Para o Confere.ai, falso é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Checagem
Uma mensagem com o print de uma matéria do site Gazeta Olinda está circulando no Whatsapp envolvendo o nome da candidata a governadora de Pernambuco Marília Arraes (SD).
Segundo a matéria, Marília se reuniu com representantes da comunidade LGBTQIA+ e afirmou que assume “o compromisso de, em meu primeiro dia de governo, implementar a linguagem neutra e a ideologia de gênero em todas as escolas do estado”.
O texto ainda diz que Marília fazia parte do PT (Partido dos Trabalhadores) à época.
No entanto, Marília deixou o PT em março de 2022 para se filiar ao Solidariedade.
O Confere.ai não identificou reuniões de Marília Arraes com a comunidade LGBTQIA+ em que tenha falado que objetiva implementar ideologia de gênero e linguagem neutra nas escolas.
A assessoria da candidata confirmou ao Confere.ai que houve abertura do processo nº 0601484-52.2022.6.17.0000 no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco para combater a disseminação desta fake news.
A representação se deu por parte da coligação “Pernambuco na Veia”, composta pelos partidos Solidariedade, PSD, Avante, Agir, PMN e PROS.
O conteúdo compartilhado pelo site Gazeta Olinda já foi removido do ar e não é possível identificar mais a página da matéria.
Marília Arraes diz ser contra linguagem neutra
Em 11 de agosto deste ano, Marília Arraes participou da sabatina da Rádio Jornal e rebateu esta fake news envolvendo seu nome. Durante a entrevista, a candidata do Solidariedade disse ser contra a implementação da linguagem neutra.
“Sou contra a linguagem neutra. Eu acho que a linguagem neutra invisibiliza as mulheres, por que não falar 'todos' e 'todas'? Tem que enfatizar que nós estamos ali presentes", explicou.
Marília ainda afirmou não ser “candidate”, mas sim “candidata”.
"Eu sou candidata, porque nunca teve uma mulher candidata disputando com real condição de ganhar a eleição, nunca teve uma governadora. Então sem dúvida alguma a gente estabelece questões políticas com a linguagem e eu sou a favor que as mulheres sejam incluídas em tudo, inclusive na nossa linguagem”, completou.
O Confere.ai não encontrou nenhuma menção à ideologia de gênero e à linguagem neutra no plano de governo de Marília Arraes.
O documento apenas ressalta que “igualdade de gênero, raça, direito à diversidade de pensamento e crença serão tratados como garantias constitucionais".