Checagem

Gilson Machado posta Bolsonaro dizendo que senador de PE votou contra redução do ICMS

Bolsonaro apoia firmemente candidatura de Gilson machado ao Senado

Adelmo Lucena
Adelmo Lucena
Publicado em 13/09/2022 às 13:39 | Atualizado em 29/09/2022 às 16:34
Noticia
Reprodução/Confere aí
Gilson Machado foi nomeado Ministro do Turismo durante o governo de Bolsonaro FOTO: Reprodução/Confere aí
Leitura:

O candidato a senador Gilson Machado (PL) postou no Instagram um vídeo do presidente Jair Bolsonaro (PL) dizendo que um senador de Pernambuco votou "contra a redução da gasolina".

Neste caso, Bolsonaro se refere ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que prevê a redução do valor do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Na gravação, o presidente não cita nenhum nome e conclui reforçando o apoio ao candidato Gilson Machado.

Onde foi publicado e alcance

A postagem do vídeo foi feita no Instagram no dia 10 de setembro e compartilhada em grupos de apoio ao candidato ao Senado Gilson Machado. Até o dia 12 de setembro, o post contava com 202 mil visualizações, 29.710 curtidas e 780 comentários.

Como verificamos

O Confere.ai recorreu ao site do Senado, às matérias publicadas em jornais que acompanharam a votação dos senadores para a redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e recorreu à assessoria do senador Humberto Costa (PT), que não é citado mas foi o único senador de Pernambuco a votar contra o projeto.

O que diz o autor da publicação

No vídeo, o presidente Jair Bolsonaro afirma que “um senador de Pernambuco votou contra a redução da gasolina”.

Conclusão

Após a checagem, o Confere.ai chegou à conclusão que o vídeo compartilhado por Gilson Machado traz informações verdadeiras. De acordo com informações do Senado, Pernambuco teve um senador que votou contra o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, o parlamentar Humberto Costa (PT).

Para o Confere.ai, comprovado é o fato verdadeiro; evento confirmado; localização comprovada; ou conteúdo original publicado sem edição.

Checagem

Uma postagem feita no Instagram no dia 10 de setembro pelo candidato a senador Gilson Machado (PL) traz o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando que um senador de Pernambuco votou contra a redução do preço da gasolina.

O projeto mencionado pelo presidente prevê um teto para o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) com o intuito de reduzir o valor dos combustíveis. No entanto, nenhum nome foi mencionado por Bolsonaro, que finalizou o vídeo reforçando o apoio à candidatura de Gilson Machado.

O Confere.ai realizou uma busca através do site do Senado para verificar quais senadores participaram da votação e seus respectivos votos. O senador Humberto Costa (PT/PE) foi o único do Estado que votou contra o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022.

O texto votado limita a aplicação de alíquota do ICMS em cima da energia elétrica, transporte público, combustíveis, gás natural e comunicações.

Ao Confere.ai, o senador justificou o voto afirmando que “o povo brasileiro estava pagando quase oito reais no litro da gasolina e Bolsonaro só criou a medida às vésperas da eleição porque tá com medo de Lula e sabe que vai perder a disputa”.

“Além disso, é preciso deixar claro que a iniciativa retira recursos da saúde, educação e assistência social sob pretexto de baixar combustíveis, mas não mexe no essencial que é alterar a dolarização dos preços dos combustíveis. O Brasil produz em real e paga combustível em dólar”, concluiu Humberto Costa.

No dia 13 de junho de 2022 o Senado aprovou o texto base do projeto que previa o teto de gastos sobre o ICMS. O principal objetivo era diminuir o preço da gasolina, que estava por volta dos R$ 7 na época. Ao todo, 65 parlamentares votaram a favor e 12 contra.

O relator Fernando Bezerra (MDB) considerou parcialmente 24 das 77 emendas sugeridas pelos senadores.

Confira quais senadores votaram contra o texto base do projeto

Confúcio Moura MDB/RO
Flávio Arns PODEMOS/PR
Fabiano Contarato PT/ES
Humberto Costa PT/PE
Jaques Wagner PT/BA
Jean Paul Prates PT/RN
Rogério Carvalho PT/SE
Nilda Gondin MDB/PB
Marcelo Castro MDB/PI
Paulo Paim PT/RS
Paulo Rocha PT/PA
Zenaide Maia PROS/RN

Em 23 de junho deste ano, foi sancionada a Lei Complementar 194, de 2022. O Diário Oficial da União publicou a norma que impõe o limite da cobrança do ICMS entre 17% e 18%.

O presidente vetou os dispositivos que estipulavam uma prevenção financeira para os estados, já que estes perdem arrecadação de tributos com a aprovação da lei. O dispositivo vetado previa redução em parcelas de dívidas refinanciadas pela União.

No entanto, de acordo com Bolsonaro, a medida não é necessária, pois houve uma melhora na situação fiscal dos estados.

Outro parágrafo vetado pelo presidente foi o que previa a proteção dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Seria dever da União enviar verba suficiente para os estados a fim de garantir as metas estipuladas nas áreas da educação e saúde.

Pernambuco

Em 14 de julho, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) autorizou a redução do ICMS, que ficou com o teto de 18%. Até aquela data, o Governo de Pernambuco aplicava alíquota de 29% sobre os combustíveis.

Outra medida utilizada por Pernambuco foi um decreto que permite o cálculo da média móvel do preço dos combustíveis nos últimos 60 meses para base de cálculo em cima do óleo diesel, gasolina e GLP.

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Agência Nacional do Petróleo (ANP) registrou queda de 15% no preço da gasolina no mês de julho - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

A previsão era uma redução de R$ 0,93 no preço da gasolina com a lei federal e o decreto atuando juntos.

Já no mês de julho foi possível ver a queda do preço da gasolina, que foi encontrada a R$ 5,98 o litro em Recife. Naquele mês, o combustível foi encontrado a R$ 6,29 em Olinda e R$ 6,39 em Camaragibe.

Em 10 de setembro, o Governo do Estado enviou para Alepe um projeto de lei que prevê a queda do ICMS em cima do etanol de 18% para 15,52%.

A proposta foi enviada em caráter de urgência e propõe uma alteração na Lei nº 17.898, de 15 de julho de 2022. O documento informa que a mudança busca atender a determinação do diferencial dos biocombustíveis, prevista em Emenda Constitucional, com o intuito de definir as mesmas condições para a gasolina.

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Petrobras reduziu o preço da gasolina e está com lucro líquido alto - FOTO:BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Gilson Machado, candidato ao Senado em Pernambuco - FOTO:GUGA MATOS/JC IMAGEM