Por Thiago Wagner, do Jornal do Commercio
BARCELONA (ESPANHA) - Recente estudo apresentado pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk promete oferecer mais controle para quem tem diabetes tipo 2 e precisa tomar insulina após refeições para manter a glicemia estável. Durante o 55º Congresso Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), que termina nesta sexta-feira (20) em Barcelona, na Espanha, a empresa apresentou dados que mostram que a insulina asparte de ação ultrarrápida, comercialmente chamada Fiasp, foi mais eficiente, quando comparada à insulina asparte convencional, em reduzir a hemoglobina glicada (indicador que mede a glicemia do paciente nos últimos três meses). Com isso, amplia-se a margem para uma melhor administração da taxa de glicemia após as refeições.
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“Conforme a diabetes tipo 2 progride, as pessoas que vivem com essa condição podem passar a precisar de insulina ao se alimentar para controlar a glicemia após as refeições. Ainda assim, há pacientes que têm dificuldade em alcançar um bom controle do açúcar no sangue, mesmo após começarem o tratamento com insulina", explica a gerente médica da Novo Nordisk, Marília Fonseca.
Já para a médica endocrinologista Priscilla Mattar, diretora médica da farmacêutica, o medicamento pode trazer maior liberdade e conforto aos pacientes na rotina diária de controlar a glicemia. “Antigamente, eles tinham que ter hora para comer, além de saber exatamente o tamanho da proporção e era uma série de restrições que no fim do dia acabava limitando a vida. E hoje, essa insulina, a asparte ultrarrápida, é indicada para ser utilizada antes das refeições, e no momento, quando você tá se alimentando”, explicou a profissional de saúde, em entrevista para a reportagem do Jornal do Commercio.
Os dados mostraram também que o tratamento com Fiasp proporcionou redução estatisticamente significativa na taxa de episódios de hipoglicemia (queda acentuada e potencialmente danosa do açúcar no sangue), quando comparado à insulina asparte convencional.
A pesquisa da Novo Nordisk analisou 1.091 pacientes com diabetes tipo 2. A expectativa é que o medicamento chegue ao mercado brasileiro no primeiro semestre do ano que vem.
O jornalista viajou a convite da Novo Nordisk