Longevidade não é só um ponto de chegada, mas é fruto do acumulado de passos dados desde o momento em que nascemos. O processo de envelhecimento é reflexo de como cuidamos do nosso estilo de vida, da forma com que cultivamos amizades e pensamentos positivos. Boa parte da geração de idosos que vemos hoje nos mostra que envelhecer não é mais como era em décadas passadas. De ultrapassadas e improdutivas, essas pessoas passam a se atrelar a adjetivos como experientes, ativas e capazes. O destino delas não é deixar o mercado de trabalho e permanecer em casa.
Essa imagem é atrelada a uma “metamorfose da longevidade”, que nos leva a assistir à expansão do topo da pirâmide etária, com mais idosos que sabem lapidar a experiência e a sabedoria que vêm com o passar dos anos. Longe de circunstâncias negativas, como solidão, doença e incapacidade, eles estão convencidos de que é possível revolucionar a velhice e abrir portas para uma forma dinâmica de envelhecer. Um estudo, realizado pelo Instituto Locomotiva, ilustra esse cenário. A pesquisa fez um raio-x dos comportamentos da população a partir dos 50 anos e mapeou hábitos tecnológicos, finanças pessoais, saúde, lazer e profissão, além de avaliar o potencial de consumo desse público. Apenas 10% dos brasileiros desse grupo etário, segundo o levantamento, consideram-se velhos.
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O trabalho traz outros números que ajudam a tornar compreensível o comportamento da nova geração que caminha para a longevidade ativa: 73% consideram que têm muitos amigos; 70% se dizem satisfeitos com o estilo de vida que adotam; 66% com a saúde, 65% com a vida social e 63% com a vida amorosa. Além disso, o fato de serem maduros não fecha as janelas dos sonhos, pois muitos deles continuam alimentando planos para o futuro. Entre os participantes da pesquisa, 52% pretendem viajar mais, 40% desejam permanecer trabalhando e guardando dinheiro, além de 38% que planejam empreender.
Depoimento
A psicóloga Anamélia Freitas Poggi, 70 anos, faz parte da geração que nos ensina como é possível alcançar a longevidade com qualidade de vida. “Se eu tivesse que dar uma receita para se envelhecer bem, diria que devemos permanecer acreditando em nós mesmos com o passar dos anos. É assim que ganhamos estímulo para continuar fazendo as coisas do dia a dia e, a partir do momento em que realizamos os nossos ideais, aumentamos a autoconfiança”, conta. Para ela, é importante também termos em mente a ideia de que a idade cronológica não nos define. “Dessa maneira, continuaremos a criar novos propósitos, com a mesma garra que temos quando construímos um projeto na juventude”, relata Anamélia, que mostra, a quem está nas casas de 20 a 30 anos, como dá para planejar os passos do idoso do amanhã.