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Faça login ou cadastre-seSÃO PAULO - Em 2065, a previsão é que o Brasil tenha 78 milhões de pessoas acima dos 60 anos de vida, o que representará 33,9% do total da população. O número alto de idosos que o País terá em breve acende o alerta dos cuidados que são necessários a essas pessoas no que diz respeito ao envelhecimento saudável.
Durante o evento Diálogos da Longevidade, na última quarta-feira (10), em São Paulo, o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente da Global Alliance of Longevity Centres e do Centro Internacional de Longevidade Brasil, ressaltou o problema da falta de políticas públicas voltadas para os idosos. O encontro foi promovido pela Bradesco Seguros.
“Eu manifesto a minha indignação. Eu não vi nenhum candidato nessas eleições falar de envelhecimento. Está fora da pauta. Nós precisamos abrir os olhos para nos preparar, inclusive porque o futuro é de vocês, mais jovens hoje, envelhecidos amanhã”, comentou.
Kalache apresentou ainda os capitais que ajudariam em um bom processo de envelhecimento: capital de saúde, capital de conhecimento, social e capital financeiro. O primeiro é a busca pelo cuidado com o próprio corpo, o segundo com a procura pela sabedoria, o terceiro as relações interpessoais feitas ao longo da vida e, o último, os bens que se adquiriu. "Quanto mais cedo acumularmos melhor. É preciso ter propósito de vida", afirmou.
O especialista mostrou que quatro fatores de risco - sedentarismo, má alimentação, uso excessivo do álcool e do tabaco - podem contribuir para as doenças crônicas que são um grande problema na busca pela longevidade. "Elas podem matar prematuramente. Então, quanto mais cedo você se preparar, melhor."
O médico psiquiatra Jairo Bouer, que também participou da palestra, também endossou o discurso de Kalache no sentido de impulsionar os jovens a se preocupar com o futuro. Ele percebe na geração mais nova, que é hiperconectada na internet e nas redes sociais, um distanciamento de cuidados com a própria saúde.
"Há uma tendência, muitas vezes, de substituir a preocupação com saúde pela preocupação com a aparência, com a imagem", disse. O especialista acredita que isso contribui também para o desenvolvimento de doenças que possuem índices mais altos de incidência entre os jovens, como distúrbios de aparência e até o suicídio.
Outro ponto levantado pelo psiquiatra sobre o comportamento de risco do jovem e a diferença entre a prevenção com a saúde entre homens e mulheres.
"Classicamente a garota se cuida mais que o garoto. Ao final da infância, a menina começa a procurar o ginecologista, a fazer acompanhamentos periódicos. Ela tem, no campo da saúde, com quem falar. Já o menino, uma vez que ele deixou o pediatra, dificilmente ele volta pro médico, pro serviço de saúde. A cultura da prevenção não é comum para o menino", afirmou Bouer. Ele citou ainda as altas taxas de mortalidade de homens vítimas da violência e de acidentes.
Jairo Bouer reforçou a importância de se enxergar a saúde como parte de um projeto de vida das pessoas. "A gente precisa fazer com que esse jovem passe a olhar a saúde como um valor. Se a família têm essa tradição no investimento em saúde, na possibilidade de viver mais, elas podem trabalhar isso desde mais cedo com seus filhos."
*A repórter viajou a convite da Bradesco Seguros