Ano após ano, a expectativa de vida aumenta. Quem nasce hoje, no Brasil, deve viver, em média, 75,8 anos – um aumento de mais de três décadas entre 1940 e 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas essa esperança de vida ainda está abaixo do que desejam os brasileiros, que têm a ambição de viver até os 85 anos, segundo aponta a pesquisa Como os brasileiros encaram o envelhecimento, levantamento realizado pelo Instituto Qualibest, com pessoas que moram em todas as regiões do País, e divulgado em dezembro. O levantamento ouviu 703 adultos com 18 anos ou mais e faz parte da campanha Envelhecer sem vergonha – Qualidade de vida não tem idade, da Pfizer.
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Apesar de a população desejar viver muito, boa parte não adota um estilo de vida que contribui para alcançar a longevidade com qualidade de vida. O estudo revelou que mais da metade dos entrevistados não praticam atividades físicas (57%), não cuidam da saúde de forma preventiva (55%) e não seguem uma alimentação saudável (53%).
“As discussões sobre o envelhecimento se tornam cada vez mais prioritárias numa sociedade que envelhece em ritmo acelerado, como no Brasil. Uma vez que há contradições entre aquilo o que o brasileiro almeja para a sua velhice e o que ele realmente faz no presente, é essencial convocar todas as gerações para um debate aprofundado sobre o tema”, afirma o diretor-médico da Pfizer, Eurico Correia.
Os problemas de saúde foram mencionados por 70% dos entrevistados que temem o envelhecimento como o principal motivo de receio em relação à maturidade, mas há outros fatores associados a esse sentimento. As limitações físicas, destacadas por 64% das pessoas, e os problemas com a memória, ressaltados por 55% do público, também chamam a atenção. E o medo da solidão foi mencionado por 45% dos participantes da pesquisa.
“No Brasil há uma tendência ao narcisismo, pois os brasileiros cultuam muito a aparência, a juventude. Então, esse medo da solidão pode ser traduzido como um receio de não ser notado, de não ser visto pelo outro no fim da vida, quando já não se tem as características da juventude que a sociedade tanto valoriza”, acredita a psiquiatra Rita Cecília Ferreira, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
Quando questionados como esperam envelhecer, 67% dizem que desejam a família por perto e 41% informam que também querem os amigos ao lado durante o processo de avançar da idade. E ao listarem os motivos que auxiliam a população a viver mais, os participantes identificaram quatro aspectos relacionados ao aumento da expectativa do dia: melhora na medicina preventiva, como as vacinas (40%), o avanço em medicamentos (38%), a evolução no tratamento de doenças graves (36%) e nos equipamentos de diagnóstico (27%).