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Faça login ou cadastre-sePela primeira vez, o Brasil retrata o nível de informação, conhecimento, crenças e hábitos com relação a praticamente todos os tipos de câncer. O mapeamento, feito pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e divulgado no último dia 24, analisou respostas de mais de 1,5 mil pessoas, com mais de 18 anos em todos os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Entre os achados da pesquisa, um chama a atenção: o pernambucano se destaca por conhecer uma variedade mais ampla dos tipos de câncer. No Estado, 20% das pessoas ouvidas julgam ter um entendimento de bom para ótimo sobre câncer. Na média nacional, o percentual é de 14%.
Além disso, Pernambuco é o primeiro no ranking em maior número de atendimentos no serviço público. Na média nacional, 62% dos entrevistados declararam que eles próprios (ou conhecidos) receberam tratamento em unidades públicas de saúde. No Estado, o percentual é de 86%. Por outro lado, o pernambucano se queixa de dificuldade para realizar exames e de falta de medicamentos (64% para cada uma das reclamações, que aparecem em menor volume nacionalmente: 37% e 29%, respectivamente).
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Entre as dez classes de tumores listadas pelo estudo, o pernambucano relata ter ouvido falar de nove delas (no recorte nacional, aparecem apenas três). O primeiro é o câncer de mama, seguido pelo de próstata e de pulmão – tanto no Estado como no Brasil. “Com o envelhecimento médio do brasileiro, que já tem expectativa de vida superior a 75 anos, torna-se cada vez mais importante entender a relação que cada um tem com a doença e avaliar de que maneira o estilo de vida pode ser transformado em atitudes proativas para o combate à doença”, explica o presidente da SBOC, Gustavo Fernandes.
Para 80% dos brasileiros, segundo a pesquisa, o câncer é uma doença que tem cura. Em Pernambuco, essa taxa é de 88%. Entre as pessoas que acreditam que podem vencer o tumor, a maioria crê que a melhora pode ser decorrente de técnicas como radioterapia, da combinação de tratamentos que já existem e até mesmo da fé. Chama ainda a atenção o percentual da população brasileira que aposta em propostas alternativas de tratamento, como meditação (34% dos entrevistados). Vale destacar que a SBOC se mostra preocupada com o universo de pessoas que estaria disposto a abandonar o tratamento convencional para adotar práticas alternativas: 26% acreditam que podem vencer o câncer apenas estimulando o próprio corpo a se curar.
Na visão do brasileiro, o tabagismo é o principal vilão para o câncer (citado por 93% dos entrevistados), seguido por herança genética (84%) e exposição ao sol (83%). Apesar do alto grau de informação, ainda há resistência na tomada de atitudes preventivas. No caso do cigarro, por exemplo, 21% das pessoas ouvidas discordam do fato de que fumar ocasionalmente possa causar câncer, enquanto 27% não identificam relação entre sobrepeso e risco de câncer e 26% não faz correlação entre doenças sexualmente transmissíveis e a doença.
“Os números reforçam a importância de campanhas informativas e educacionais para a população, já que os tipos de câncer mais reconhecidos são aqueles alvos de ações, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul”, frisa o oncologista Cláudio Ferrari, diretor da SBOC. Ainda de acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados dizem ter muito temor do câncer. “Mas observamos que ter conhecimento e medo não se transformam, entre os brasileiros, em adoção de cuidados e mudanças de hábitos capazes de prevenir o câncer. Infelizmente, 21% das pessoas que disseram temer muito o câncer não realizam qualquer tipo de exame”, lamenta Ferrari.