VSR: Período de maior circulação do vírus alerta para prevenção de infecções respiratórias em bebês prematuros

Bronquiolite e pneumonias são as principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês prematuros (Foto: Free Images) Foto: Bronquiolite e pneumonias são as principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês prematuros (Foto: Free Images)

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VSR: Período de maior circulação do vírus alerta para prevenção de infecções respiratórias em bebês prematuros

Cinthya Leite
Publicado em 05/04/2017 às 9:46
Bronquiolite e pneumonias são as principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês prematuros (Foto: Free Images) Foto: Bronquiolite e pneumonias são as principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês prematuros (Foto: Free Images)


Até julho, Pernambuco e demais Estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste passam por um período de maior circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por infecções respiratórias e hospitalizações de crianças com menos de 2 anos. Nessa faixa etária, há um grupo que tem risco maior de desenvolver complicações sérias pelo VSR: os bebês prematuros, especialmente aqueles que nascem antes de a gestação completar 29 semanas (entrando no 7° mês de gravidez). São eles que estão mais suscetíveis a desenvolver bronquiolite e pneumonias por causa da imaturidade do sistema imunológico e respiratório.

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O Ministério da Saúde oferece gratuitamente (mediante prescrição médica) a aplicação do palivizumabe – um tipo de anticorpo pronto que induz a imunização passiva específica contra o VSR.

Para alertar sobre prevenção dessas complicações, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anuncia que dez serviços, em Pernambuco, disponibilizam o palivizumabe para proteger os prematuros do VSR, que infectou, no Estado, pelo menos 100 pessoas em 2015 e outras 47 em 2016, segundo dados da SES. Metade desses casos corresponde ao adoecimento grave de crianças com menos de 2 anos.

Apesar de o Estado oferecer o palivizumabe gratuitamente a prematuros nascidos com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas, boa parte desses bebês chega a não receber as aplicações. No ano passado, apenas 212 dos 955 nascidos vivos dentro dessa faixa etária receberam o produto. “Dos dez serviços que oferecem a aplicação do palivizumabe, há dois que ainda não fizeram pedidos do produto, o que já era para ter acontecido. As famílias com bebês que nasceram antes de 29 semanas devem ligar para um dos polos (telefones no quadro abaixo) e fazer um agendamento”, orienta a pediatra Madalena Monteiro de Oliveira, da Gerência de Saúde da Criança e do Adolescente da SES.

Os gêmeos Arthur e Bernardo começaram a fazer uso do palivizumabe ainda no hospital. Nunca tiveram complicação respiratória grave e se desenvolvem de forma saudável. "Os anticorpos serviram para protegê-los da imunidade baixa decorrente da prematuridade extrema", conta a mãe, a professora Natália Freire Barros (Foto: Acervo pessoal)

Também responsável pela Vigilância Epidemiológica do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Madalena ressalta que os prematuros nascidos com menos de 29 semanas que não recebem o palivizumabe, nos meses de maior circulação do VSR (entre fevereiro e julho), correm o risco de ter infecções respiratórias graves. “O pediatra deve fazer a recomendação do anticorpo nesses casos. Essa proteção pode evitar não só adoecimentos, mas também internações e mortes.”

Os filhos gêmeos da professora de ciências do ensino fundamental Natália Freire Barros, 33 anos, precisaram receber a aplicação do anticorpo porque nasceram na 27ª semana de gestação. “Ainda na UTI, Arthur e Bernardo, hoje com 1 ano e 8 meses, tomaram duas doses. Quando tiveram alta hospitalar, receberam mais três aplicações. Felizmente eles nunca tiveram complicação respiratória grave. Os anticorpos serviram para protegê-los da imunidade baixa decorrente da prematuridade extrema”, conta Natália.

Ela recebeu o palivizumabe no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, que disponibilizou o produto até os meninos completarem 1 ano. “Foi tranquilo conseguir na rede pública. Se não fosse assim, o custo seria muito alto.” O preço de fábrica, segundo o laboratório AbbVie, é a partir de R$ 2.651,25 (50 mg) e de R$ 5.232,50 (100 mg). São recomendadas doses mensais até se completar, no máximo, cinco aplicações.

A pediatra Madalena Monteiro Oliveira esclarece que os prematuros nascidos com menos de 29 semanas que não recebem o palivizumabe, nos meses de maior circulação do VSR, correm o risco de ter infecções respiratórias graves (Foto: Miva Filho/SES)

Saiba mais

* Esta?o recomendadas, mediante prescrição médica, doses mensais consecutivas de palivizumabe de 15 mg/kg de peso, via intramuscular, ate? no ma?ximo cinco aplicac?o?es para os seguintes grupos, segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para os anos de 2016 e 2017:

- Prematuros até 28 semanas gestacionais, no primeiro ano de vida

- Prematuros até 32 semanas gestacionais, nos primeiros seis meses de vida (para esse grupo, Ministério da Saúde não disponibiliza gratuitamente)

- Bebês com doença pulmonar crônica da prematuridade e/ou cardiopatia congênita, até o segundo ano de vida, desde que esteja em tratamento destas patologias nos últimos seis meses

- Utilizar inclusive em recém-nascidos hospitalizados

* Palivizumabe deve ser aplicado nos meses de maior circulac?a?o do VSR, o que depende da regia?o do Brasil:

- Norte: janeiro a junho

- Sul: marc?o a agosto

- Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste: fevereiro a julho

 

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