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Faça login ou cadastre-seÀs segundas e quartas-feiras, a estudante Mariana Faria, 35 anos, dorme cedo porque sabe que tem um dever que não pode deixar de cumprir no dia seguinte. É uma atividade que faz com satisfação: a prática da musculação, que melhora o condicionamento físico, previne o sobrepeso, promove o fortalecimento muscular e a socialização. Para Mariana, o exercício serve para evitar as complicações do sedentarismo e também para compreender que, assim como qualquer pessoa, quem nasce com síndrome de Down pode desfrutar de um mundo cheio de potencialidades. A cada ano, essa é uma das mensagens transmitidas, em 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down.
Como muitas pessoas com essa condição, Mariana já fez fono e fisioterapia, como também terapia ocupacional, enquanto criança e adolescente, numa época em que pouco se sabia como a estimulação precoce é valiosa para se adquirir e aprimorar habilidades. “Quando ela nasceu, não se falava muito sobre Down. Pensava que Mariana não iria andar nem falar. Praticamente não se conhecia o potencial das pessoas com a síndrome, que têm uma capacidade além do que se imagina”, conta a mãe de Mariana, a advogada Ana Faria, 67.
Ela reconhece como o papel de profissionais é essencial para o desenvolvimento de quem nasce com Down. “A sobrevida aumentou por causa dos cuidados precoces, da detecção de possíveis malformações e da orientação às famílias. Na década de 1960, a perspectiva média de vida era de 25 anos. Hoje, chega-se a 5, 6 décadas de vida”, ressalta a pediatra Andréa de Rezende Duarte, do setor de genética do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).
A médica recorda que, em décadas passadas, o nascimento de um bebê com Down estava associado a uma baixa esperança de vida. “Acreditava-se que as crianças não responderiam a estímulos. Por isso, pouco se investia nelas. Mas esse conceito mudou. Orientamos que fisioterapia motora, fono e terapia ocupacional sejam realizados o mais cedo possível.”
A economista Adriana Falcão, 42 anos, sabe como o recado da pediatra faz sentido. Mãe do estudante Felipe Falcão, 7, ela conta que os estímulos sempre fizeram parte da rotina do filho. “Ele começou a andar e falar cedo. As atividades de terapia ocupacional e fonoaudiologia foram essenciais. Não vivo a síndrome; vivo o indivíduo. Crio Felipe com a mesma educação dada a minha filha, Clara, de 12 anos”, diz. Hoje Felipe pratica futebol e balé popular.
O apoio da família ajudou o turismólogo (o primeiro com Down no Brasil) Bruno Ribeiro, 24, a encarar desafios e não desistir dos sonhos. Há dois anos, ele concluiu o curso superior em turismo – objetivo alcançado graças à dedicação, disciplina e determinação que o acompanhou ao longo da vida. Logo após a colação de grau, Bruno ingressou no mercado de trabalho. Ele é assistente técnico da Empresa de Turismo de Pernambuco. “Estou realizado”, relata Bruno, com a certeza de que o caminho traçado vai fazê-lo conquistar outros sonhos.