A mudança de temperatura constante pode provocar sintomas gripais em quem possui algum tipo de alergia. Entretanto, quem tende a sofrer mais com a oscilação do tempo são as crianças menores.
Segundo a pediatra Rafaella Calmon, os pais devem ficar atentos aos sintomas da bronquiolite, doença que eleva expressivamente o número de internações em épocas de chuva.
Segundo a especialista, a doença ocorre muito no primeiro ano de vida do bebê e os sintomas podem ser confundidos com os de um simples resfriado.
"Bronquiolite é uma infecção do trato respiratório ocasionada por vírus, principalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas sabe-se hoje que mais de 10 tipos de vírus podem causar esse quadro”, explica.
A pediatra elaborou uma lista para esclarecer as principais dúvidas dos papais quando o assunto é bronquiolite. Confira:
Meu filho pode ter bronquiolite?
A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e todas as crianças serão expostas a estes vírus até o segundo ano de idade. Podendo recorrer durante toda a vida, mas causando sintomas respiratórios mais intensos na primeira exposição.
Crianças que têm maior risco de desenvolver quadros graves:
- prematuras;
- portadoras de cardiopatia congênita;
- portadoras de doença pulmonar crônica;
- imunossuprimidas, ou seja, com baixa imunidade como transplantados e em tratamento de câncer;
- portadoras de doenças neurológicas.
Porém, a maioria das crianças que internam com complicações do quadro são previamente saudáveis. Bebês abaixo de 3 meses de idade, mesmo saudáveis, têm mais risco de internação ou complicações.
Os quadros de bronquiolite são mais frequentes nas estações mais frias do ano e em regiões mais quentes ocorrem o ano todo de maneira mais regular.
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No Brasil, os picos de incidência variam de acordo com a região, mas sabe-se que a grande maioria dos casos acontecem entre os meses de abril e julho.
Como identificar uma bronquiolite
Os quadros costumam iniciar como um resfriado comum: coriza, obstrução nasal, seguido de tosse que pode ser seca ou produtiva (tosse “cheia”).
Algumas vezes acompanhado de rouquidão leve, falta de apetite, febre, vômitos e diarreia, dependendo do agente causador.
A doença costuma durar de 5 a 15 dias de quadro com intensidade variável, sendo que a maioria das crianças não necessitam de internação, mas é a causa de uma demanda intensa nos prontos-socorros e clínicas pediátricas.
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O quadro costuma piorar entre o terceiro e quinto dia de evolução, tosse mais intensa e até crises de tosse e cansaço.
Sintomas que precisam de maior atenção:
- cansaço muito intenso com respiração rápida;
- barriguinha “afundando” quando respira;
- a criança fica “molinha” mesmo sem febre;
- e quando parece que a criança está muito pálida ou “roxinha” na boca, face ou pés e mãos.
Tratamento para bronquiolite
O tratamento deve ser orientado pelo pediatra ou médico da família que atende a criança.
Lavagem nasal com soro fisiológico e hidratação com grande oferta de líquidos sempre ajudam e são indicados desde os primeiros sintomas.
O tratamento deve ser prescrito com orientação médica. Procure sempre o seu pediatra de confiança para orientações.
Como prevenir a bronquiolite?
Evite lugares cheios e fechados nos períodos de maior incidência. Não deixe pessoas resfriadas ou doentes visitarem o seu bebê, principalmente recém-nascido.
Se alguém em casa estiver resfriado, intensifique a lavagem das mãos e estimule o uso de álcool gel.
Para as mães que amamentam, caso tenham este quadro, as orientações são as mesmas e devem procurar amamentar usando máscara, mas o principal agente são as mãos, então, cuidado redobrado.