Um alerta para as mamães: o consumo de bebidas alcoólicas, mesmo que em pequenas quantidades, pode representar um risco para a saúde do bebê. Uma pesquisa feita pela Sociedade de Pediatria de São Paulo revelou que mais de 30% das grávidas declararam consumir álcool durante a gestação e mais de 20% dos médicos pré-natalistas desconhecem os perigos desse hábito. De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), a exposição ao álcool pode desencadear consequências graves e irreversíveis para a criança.
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O motivo? O álcool atravessa a placenta e, cerca de uma hora depois, o nível da substância no sangue fetal é equivalente ao do sangue da mãe. "A situação é agravada porque o feto não consegue metabolizar e eliminar o álcool, que permanece em seu organismo por mais tempo até retornar à circulação materna", esclarece Arthur Guerra de Andrade, presidente executivo do Cisa.
O consumo de álcool na gestação também pode contribuir para a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), distúrbio que compromete o desenvolvimento do cérebro do feto, causando, entre diversos problemas, anormalidades faciais, hiperatividade, dificuldade de aprendizado e complicações cardíacas.
Dados divulgados pela entidade apontam que, para cada mil bebês nascidos no Brasil, até dois podem apresentar SAF, superando índices de outros distúrbios, a exemplo da Síndrome de Down. "Parece simples evitar a SAF, é só eliminar a ingestão de bebidas alcoólicas durante a gravidez, já que a SAF é 100% atribuída ao álcool", reforça o especialista.
Vale destacar também que os cuidados devem continuar no período de amamentação, pois cerca de 2% do álcool consumido pela mãe passa ao bebê pelo leite materno.