Administração e moradores de Fernando de Noronha discutem criação de Casa do Parto na ilha

Possibilidades de implantar uma Casa do Parto no arquipélago de Fernando de Noronha foram discutidas durante audiência pública na ilha (Foto: Eloíde Araújo / Divulgação) Foto: Possibilidades de implantar uma Casa do Parto no arquipélago de Fernando de Noronha foram discutidas durante audiência pública na ilha (Foto: Eloíde Araújo / Divulgação)

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Administração e moradores de Fernando de Noronha discutem criação de Casa do Parto na ilha

Cinthya Leite
Publicado em 07/12/2016 às 11:20
Possibilidades de implantar uma Casa do Parto no arquipélago de Fernando de Noronha foram discutidas durante audiência pública na ilha (Foto: Eloíde Araújo / Divulgação) Foto: Possibilidades de implantar uma Casa do Parto no arquipélago de Fernando de Noronha foram discutidas durante audiência pública na ilha (Foto: Eloíde Araújo / Divulgação)


A administração do arquipélago de Fernando de Noronha debate com a população local sobre as possibilidade de implantar uma Casa do Parto na ilha. O assunto foi discutido em audiência pública realizada na última segunda-feira (5) no auditório da Escola Arquipélago. A discussão foi mediada pelo administrador-geral da ilha, Luís Eduardo Antunes, que recebeu o secretário estadual de Saúde, José Iran da Costa, o promotor do Ministério Público, André Rabelo, a superintendente da Saúde, Rebeca Dias e os presidentes dos Conselhos Distrital e da Saúde, Arthur Cândido e João Melo.

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Segundo Antunes, a comunidade deseja a volta da realização de partos em Noronha, uma vez que desde 2004 não nascem mais crianças na ilha por causa de políticas que determinam a saída da gestante do arquipélago no sétimo mês de gravidez. “O Conselho Distrital nos mostrou que isso era um grande desejo da população, pelo sentimento de pertencer à ilha, pelo histórico com os seus familiares e seus antepassados, com isso, eu me comprometi naquele momento de trazer o assunto a tona, discutir e tentar viabilizar essa possibilidade que é o anseio da sociedade”, ressaltou na audiência o administrador-geral de Fernando de Noronha.

Durante o encontro, o secretário estadual de saúde apresentou à população dados sobre o parto humanizado e explicou as principais propostas da Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde (MS) que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança, o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

O secretário ainda ressaltou que a criação de uma Casa do Parto, por vezes, não depende apenas da vontade política para a implantação. "Conversando com o administrador, a ideia é de realizar da melhor forma possível, porque muitas vezes as pessoas fazem uma solicitação mas não tem consciência do que precisa para que o pleito aconteça, não é só a decisão nem a vontade política minha e do administrador, tem uma série de fatores da legislação brasileira que se tornou muito rígida, específica e elitista", explicou Costa.

Moradores, representantes da comunidade e profissionais de saúde se manifestaram e propuseram uma série de melhorias e ampliação do tema (Foto: Eloíde Araújo / Divulgação)

Ainda segundo Costa, a implantação de uma maternidade em Noronha é totalmente inviável, tendo em vista o alto custo mensal, o que comprometeria o orçamento da ilha. “A maternidade é claramente inviável para um município que tem 5 mil habitantes. Maternidade de baixo risco só é contemplada para municípios acima de 50 mil habitantes. A unidade destruirá a administração da ilha pois vai consumir todos os recursos para poder funcionar. Há uma série de outros projetos que vamos trazer para Noronha e que farão uma diferença muito grande na saúde. Nos vamos continuar na luta por esse sonho que é a Casa do Parto, mas as pessoas precisam ter segurança”, disse o secretário.

Apesar de ainda não ter planos definidos para a implantação de uma Casa do Parto na ilha, o administrador-geral do arquipélago reforçou durante a audiência pública que alguns planos para a unidade já foram elaborados. "Já definimos o local onde será a Casa do Parto, no terreno junto ao hospital, na antiga casa dos médicos. Será ali se assim for permitido. Nós já temos a planta com as suítes e banheiras, temos ainda orçamento. Se não se tornar uma casa de parto, pela quantidade de partos que acontecem no ano, pensamos em, depois de construída, ser uma casa de atendimento à mulher. A gestante poderá fazer o pré-natal nesse local. Já avançamos significativamente nesse sentido”, defendeu.

Moradores, representantes da comunidade e profissionais de saúde se manifestaram e propuseram uma série de melhorias e ampliação do tema, de acordo com o que é vivenciado na ilha.

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