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Faça login ou cadastre-seCerca de 15% dos casais que desejam engravidar, segundo estatísticas mundiais, têm alguma queixa relacionada à infertilidade. Diferentemente do que muita gente pensa, as causas relacionadas à dificuldade para conceber um bebê não são atribuídas, em maior peso, ao universo feminino. O que pouco se sabe também é que o mais indicado é iniciar a investigação da infertilidade pelo homem, segundo o médico Ricardo Lyra, coordenador dos Serviços de Andrologia do Hospital Getúlio Vargas (HGV) e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). “Para eles, solicitamos o espermograma (exame que analisa o sêmen do paciente), que pode dar uma noção sobre a forma com que a fertilidade está sendo afetada. A mulher tem mais questões a ser investigadas (como disfunções ovarianas e fatores uterinos)”, diz o andrologista, para explicar por que começar a pesquisa da causa da infertilidade pelo homem é um processo geralmente mais fácil.
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O médico acrescenta que, quando colocados na balança, os fatores associados a essa condição apresentam um equilíbrio. “A infertilidade pode ser, em 33% dos casos, por fatores femininos. Outros 33% são por questões relacionadas ao homem. E os demais 33% são por causas comuns a ambos os sexos”, salienta o médico, também diretor do Andros Recife, centro de assistência à saúde integral masculina que fica no Pina, Zona Sul da cidade. Ele explica que um casal é considerado infértil quando, ao longo de um ano e sem uso de métodos contraceptivos, tem de três a quatro relações sexuais no período fértil da mulher e não consegue engravidar.
O exame clínico também é fundamental e ajuda a detectar uma das principais causas de infertilidade masculina: a varicocele, caracteriza por varizes nos testículos e que tem como tratamento a cirurgia. “Cerca de 30% dos casos de infertilidade estão ligados à varicocele.” Outro grupo de homens que pode ter de volta a fertilidade é formado por aqueles que se submeteram à vasectomia, que bloqueia a passagem dos espermatozoides pelo canal do testículo para a uretra e que impossibilita o homem de conceber filhos. A condição pode ser revertida por meio de uma microcirurgia.
O advogado Ricardo Costa Pinto Filho, 42 anos, fez a reversão da vasectomia após cinco anos do procedimento. “Eu já tinha três filhos, mas a minha atual esposa não. Então, decidi passar em 2013 pelo procedimento, que foi tranquilo. No primeiro espermograma depois da reversão, já estava tudo normalizado. Após quatro meses, minha esposa engravidou”, conta Ricardo, casado com a advogada Juliana Nascimento, 38. Em outubro de 2014, nasceu Miguel, que está com 1 ano e 10 meses.
Ainda entre as condições que causam agravo à fertilidade masculina, estão os distúrbios hormonais. “Faz parte dessa lista o hipogonadismo, quadro em que há deficiência de o testículo produzir testosterona e também espermatozoide. O tratamento medicamento geralmente retoma níveis hormonais e traz de volta a fertilidade”, afirma a endocrinologista Karina Magalhães. Ela acrescenta que a obesidade também aparece como fator de risco que pode afetar a reprodução. “Os homens com sobrepeso tendem a ter mais hormônios femininos do que aqueles com peso normal. Isso inibe a liberação dos hormônios que estimulam os testículos.” A médica ainda acrescenta que a diabete tipo 2 é mais uma doença que também podem atrapalhar a formação dos espermatozoides. O tratamento da obesidade e da diabete é fundamental para promover a volta da fertilidade.
O fato de não conseguir gerar um filho pode ser frustrante e desmotivante para alguns casais. “Diante da dificuldade para engravidar, podem aparecer mudança de humor e aumento do nível de ansiedade. É uma condição que mexe com a autoestima e a masculinidade. Há casos em que o homem desenvolve depressão e, assim, encaminhamos para o psiquiatra”, alerta a psicóloga Semíramis Prado, especialista em terapia sexual, ao reforçar que o cuidado com a saúde emocional é essencial para manter a relação conjugal em harmonia.