
Endoscopia digestiva alta é o exame mais realizado por endoscopistas, atingindo a marca de 99,6% dos procedimentos (Foto ilustrativa: Free Images)
Dados do censo realizado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) em 2014 apontaram que a endoscopia digestiva alta é o exame mais realizado por endoscopistas, atingindo a marca de 99,6% dos procedimentos. O exame, segundo especialistas, é um dos métodos mais simples e seguros para a detecção de doenças do aparelho digestivo.
"A cada dia, a medicina preventiva é mais valorizada, especialmente quando se trata da prevenção do câncer. Por meio do exame, é possível detectar a doença, que, se descoberta em sua fase inicial, não invasiva, é curável", alerta o endoscopista digestivo Glaciomar Machado, coordenador de relações internacionais da Sobed. O especialista ainda complementa que os aparelhos atuais são equipadas com câmeras que permitem verificar a superfície dos órgãos examinados - como esôfago, estômago e duodeno - em detalhes.
Os pacientes devem ficar atentos aos sintomas que são alertas para a realização do exame. "Aqueles com dor e queimação na boca do estômago, azia, difícil digestão ou aqueles que se sintam ’cheios’ após a ingestão de pequenas porções de alimentos. E pacientes que apresentem perda de peso sem motivo ou aqueles com histórico familiar", explica Machado.
As questões em torno do exame, no entanto, ainda são várias. Por isso, o especialista da Sobed elencou as sete principais dúvidas sobre o procedimento. Confira:
1) Fazer endoscopia dói.
MITO. A passagem do aparelho pela boca e orofaringe (parte da garganta logo atrás da boca) pode causar incômodo. Para evitar que isso ocorra, os exames são precedidos por anestesia tópica por meio de borrifação da área com substâncias anestésicas.
2) É possível detectar doenças.
VERDADE. Não somente detectar, mas tratar. As lesões detectadas ou suspeitas podem ser biopsiadas para se estabelecer o diagnóstico correto. Pólipos e até mesmo o câncer em estágio inicial podem ser removidos por meio de acessórios especialmente concebidos para essas finalidades. Outro exemplo são os casos de hemorragia causada por úlcera ou por ruptura de varizes localizadas no esôfago ou estômago, cujo tratamento hoje é feito por meio da endoscopia.
3) O exame é demorado.
DEPENDE. Se o exame se destina apenas à investigação, é muito rápido. Caso o objetivo seja a realização de algum tratamento, o tempo pode ser maior. O procedimento leva em média 15 minutos.
4) Não dá para respirar durante o exame.
MITO. O endoscópio é introduzido pela boca e encaminhado ao esôfago. O ar penetra pelo nariz, passa pela laringe, traqueia e alcança os pulmões. Portanto, os caminhos são diferentes, o que não impede a respiração durante o exame.
5) Não é possível se alimentar após o exame.
MITO. Assim que esteja desperto e possa deglutir, o paciente deve ser alimentado.
6) Não é possível dirigir após o procedimento.
VERDADE. A medicação utilizada para realizar o exame pode provocar ausências episódicas e é habitual que o paciente não se recorde do exame.
7) É necessário ir acompanhado na data do exame.
VERDADE. Por provocar ausências episódicas, é imprescindível que o paciente tenha sempre um acompanhante para o procedimento.