Problemas respiratórios são os principais desafios para a saúde do bebê prematuro

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/11/2015 às 7:04
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Sair da maternidade sem o bebê, que continua hospitalizado depois da alta médica para a mãe, é um dos principais desafios apontados pelos pais de bebês prematuros  (Foto: JC Imagem) Sair da maternidade sem o bebê, que continua hospitalizado depois da alta médica para a mãe, é um dos principais desafios mencionados pelos pais de bebês prematuros (Foto: JC Imagem)

A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Prematuros (ONG Prematuridade.com) revela que problemas respiratórios estão entre os maiores desafios para a sobrevivência de bebês prematuros. Essa é a preocupação de 32% dos pais dessas crianças. Em segundo lugar, estão os problemas neurológicos, mencionados por 13% dos familiares.

Esses dados vêm de enquete realizada pela ONG, com cerca de 130 pais de bebês prematuros. São considerados prematuros os bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação ou abaixo de 2,5 quilos de peso. No mundo, 17 de novembro é o Dia Mundial de Atenção ao Prematuro.

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No Brasil, segundo dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos, nascem cerca de 40 bebês prematuros por hora, que corresponde a 12,4% de taxa de prematuridade. Em ranking da Organização Mundial da Saúde, o Brasil está entre os 10 países com maior número de nascimento de bebês prematuros.

O estudo Brevi (sigla para BRazilian REspiratory VIrus Study, publicada no Pediatrics Infectious Disease Journal em outubro de 2014) identifica os problemas respiratórios como uma grande preocupação para os pais de prematuros. A pesquisa revelou que o vírus sincicial respiratório (VSR) é a causa mais frequente de infecções respiratórias do trato inferior de bebês prematuros, nascidos com ou abaixo de 35 semanas de gestação, sendo duas vezes mais comum que o rinovírus (o mais comum entre os vírus causadores de resfriados). Esse é um vírus de caráter sazonal, cuja estação de circulação varia de região para região.

A enquete da ONG Prematuridade.com revela ainda que o momento mais difícil vivenciado pelos pais de prematuros é sair do hospital sem o bebê (26%) que continua hospitalizado após a alta da mãe. “As famílias ficam aflitas, com a falta de informação sobre a saúde do seu bebê, que permanece em UTI”, afirma a fundadora e diretora-executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.

Esse sentimento é demonstrado na enquete, que registrou como situações desafiadoras a desumanização da UTI (18%), a falta de apoio psicológico para os pais durante a hospitalização do bebê (16%) e a falta de informação sobre a saúde geral de seu bebê (9%) como situações desafiadoras para os pais de prematuros.

Saiba mais

Em atenção às necessidades específicas para a saúde do prematuro, a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM) criou um calendário de vacinações/imunizações especial, que pode ser conhecido no site da entidade, www.sbim.org.br.