Segundo pesquisador, o teste, embora não represente o diagnóstico fechado, pode identificar mais rápido mudanças cognitivas associadas ao Alzheimer (Foto: Free Images)
Com informações da BBC Brasil
Uma boa notícia para auxiliar o diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer. O neurologista norte-americano James E. Galvin desenvolveu um teste de apenas dez perguntas que pode detectar, em cerca de cinco minutos, os primeiros sinais da doença. Segundo o pesquisador, o teste, embora não represente o diagnóstico fechado, pode identificar o mais cedo possível mudanças cognitivas associadas ao Alzheimer e outros distúrbios.
Atualmente, a combinação de provas mais usada para diagnosticar a doença pode levar cerca de duas horas, e isso se for realizada por um médico especialista e experiente na área. Já o novo teste, publicado em estudo na revista Alzheimer's and Dementia, pode ser conduzido também por parentes e cuidadores do paciente. O teste foi distribuído a clínicas nos Estados Unidos (EUA).
Galvin, ex-professor da Universidade de Nova York e atual pesquisador do Colégio de Medicina da Universidade Florida Atlantic, em Boca Ratón, no estado da Flórida, e sua equipe aplicaram o teste, chamado "Sistema Rápido de Avaliação da Demência", em cerca de 300 pacientes - que também foram avaliados pelo método tradicional. Em entrevista à BBC Mundo, Galvin afirmou que as "análises estatísticas rigorosas demonstram a validade do QDRS (sigla do teste em inglês) não apenas para distinguir indivíduos com ou sem demência, mas também para determinar em que fase da doença eles estão".
O estudo não apenas detecta Alzheimer, causa mais comum de demência, termo que descreve uma perda progressiva de funções e capacidades cognitivas do indivíduo e que interfere nas suas habilidades, como também outras causas, a exemplo da demência vascular e a degeneração lobar frontotemporal.
O questionário inclui dez perguntas de múltipla escolha, com cinco opções de resposta cada. Cada questão abrange uma área cognitiva - como memória, comunicação, orientação e concentração. A pontuação vai de 0 a 30. Os números mais elevados indicam um maior impedimento cognitivo. Uma pontuação alta no teste deve acender o sinal de alerta de que um especialista precisa ser consultado.
Apesar da vantagem da rapidez, os pesquisadores esbarram no nível de confiança de quem preenche o questionário do paciente. Segundo Galvin, a pessoa pode, por exemplo, não ter prestado atenção aos detalhes, não conhecer bem o paciente ou negar-se a aceitar a possibilidade da doença.
MEMÓRIA
ORIENTAÇÃO
TOMADA DE DECISÕES E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
ATIVIDADES FORA DE CASA
HABILIDADES EM CASA E HOBBIES
HÁBITOS DE HIGIENE PESSOAL
MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO E PERSONALIDADE
HABILIDADES DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
HUMOR
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
Resultado:
Normal: 0-1 pontos
Leve debilidade cognitiva: 2 a 5 pontos
Demência leve: 6 a 12 pontos
Demência moderada: 13 a 20 pontos
Demência severa: 20 a 30 pontos