
Se tem uma coisa que deixa as mães angustiadas é ver o sofrimento do recém-nascido com as afamadas cólicas, caracterizadas por dores abdominais que atingem 75% dos bebês nos primeiros três meses de vida.
Existem várias estratégias simples que podem ajudar a aliviar o incômodo como massagens na barriga que auxiliam a soltar os gases, banho de imersão em água morna e contato do bebê com a pele da mãe.
Há pais que chegam a recorrer à funchicórea, fitoterápico usado ao longo de mais de 70 anos para tentar amenizar a cólica nos bebês. É um pó obtido da erva-doce ou funcho. É adocicada e tem consistência semelhante à do açúcar.
Funchicórea alivia cólica?
Muitas mães procuram a funchicórea nas farmácias porque relatam que, ao salpicarem o pó na chupeta, o bebê se acalma.
Para o pediatra Sylvio Renan, a ação “calmante” desse medicamento ocorre pela liberação de serotonina no organismo após ingestão de produtos de sabor adocicado, o que dá a sensação de euforia e bem estar.
Um alerta é importante: "A funchicórea possui, na formulação, a sacarina, um adoçante artificial muito utilizado por quem tem diabetes, mas que não é indicado para bebês", frisa o médico.
Ele ainda orienta que não há comprovação de qualquer eficácia no uso da funchicórea para combater as cólicas.
"Há quem afirme que o produto tem efeito relaxante e sedativo, podendo ser benéfico no tratamento sintomático da cólica. Contudo, nada disso foi ainda confirmado cientificamente", explica Sylvio Renan, autor do livro Seu bebê em perguntas e respostas – Do nascimento aos 12 meses.
"O uso excessivo da funchicórea pode ser prejudicial. Existem, inclusive, relatos esporádicos de sedação excessiva, inclusive com paradas respiratórias", alerta.
Dessa maneira, ele orienta que o remédio não deve ser usado sem supervisão médica, sob o risco de prejudicar a saúde do bebê.