Cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem doença pulmonar obstrutiva crônica


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Cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem doença pulmonar obstrutiva crônica

Cinthya Leite
Publicado em 29/08/2011 às 0:10


O tabagismo é a principal causa de mortes que poderiam ser evitadas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e ainda pode originar diversas doenças, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Estimativas mostram que cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem a doença.

É por isso que hoje (29/8), no Dia Nacional de Combate ao Fumo, precisamos também ressaltar que existem estratégias terapêuticas capazes de mininizar o impacto dos danos causados por anos de dependência do cigarro.

No caso dos portadores de DPOC, o primeiro passo para retomar a saúde é abandonar o vício.

A próxima etapa para reduzir a progressão da doença é iniciar o tratamento, estruturado em quatro pilares: reabilitação pulmonar, terapia medicamentosa, oxigenioterapia e suplementação alimentar, dependendo do estágio da doença.

"Cerca de 90% dos portadores de DPOC são fumantes e, se continuarem fumando, pouco serão beneficiados pelo tratamento. Por esse motivo, é importantíssimo que o paciente procure ajuda para abandonar o vício", alerta o pneumologista Sérgio Ricardo Santos, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

LEVANTAMENTO INÉDITO - A pesquisa Revelar, que incluiu 229 pessoas com diagnóstico confirmado da DPOC em quatro capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre), indicou que 91% dos pacientes deixaram de fumar somente após saber que eram portadores da enfermidade.

Desse total, 87% nunca procurou um médico para abandonar o vício. O estudo, o único que mapeou o perfil dos pacientes com DPOC, mostrou ainda que 99% dos pacientes fumaram, em média, 11 cigarros por dia durante 37 anos.

"Os fumantes tendem a achar que as consequências maléficas do cigarro são irreparáveis e, por isso, muitas vezes não param de fumar", diz Sérgio, que ainda esclarece: "É preciso combater essa crença e lembrar que é possível voltar a respirar, ter capacidade produtiva e resgatar a qualidade de vida com medicamentos específicos para tratar a DPOC".

Entre os medicamentos recomendados pelo Consenso Brasileiro de DPOC, estão os broncodilatadores inaláveis de longa duração. Trata-se de um tipo de medicação que promove a broncodilatação sustentada das vias aéreas, proporciona a melhora dos sintomas e da qualidade de vida, amplia a tolerância às atividades diárias e aos exercícios, além de reduzir as crises que o paciente com DPOC tem constantemente.

LONGE DO VÍCIO - Todos nós sabemos que parar de fumar não é uma missão fácil. O ideal é que o fumante procure ajuda médica. O engajamento do paciente, contudo, é fundamental. "É bom lembrar que sempre haverá benefícios ao parar de fumar, mesmo para aquele paciente que fuma há muitos anos ou que tem idade avançada. É importante marcar uma data para largar o vício", explica Sérgio Ricardo Santos.

A vontade de fumar não dura mais que alguns minutos. Nessa hora, segundo o médico, os dependentes da nicotina podem chupar balas ou usar gomas de mascar, escovar os dentes, ingerir líquidos ou comer uma fruta. "Manter as mãos ocupadas, com um elástico ou pedaço de papel, rabiscar ou manusear objetos pequenos também ajudam, assim como fazer alguma outra atividade de que se goste", finaliza Sérgio Ricardo Santos.

SAIBA MAIS - A DPOC é a quarta causa de morte no mundo, atingindo 210 milhões de pessoas - sete milhões só no Brasil. Todos os anos, a doença leva ao óbito cerca de 40 mil brasileiros, o equivalente a quatro pacientes por hora, segundo dados do Ministério da Saúde. Além disso, a enfermidade custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões por ano.

Caracterizada pela manifestação conjunta da bronquite crônica e do enfisema pulmonar, a DPOC é causada pela inalação de substâncias tóxicas, principalmente as do cigarro e geralmente afeta pessoas acima de 40 anos, sendo que 90% delas são fumantes ou ex-fumantes.

Dependendo da progressão, a doença limita o paciente, impedindo-o de fazer atividades simples do dia a dia, como andar em ritmo acelerado, praticar exercícios e até trocar de roupa ou tomar banho sozinho.

Clique aqui e leia outro post do Casa Saudável sobre DPOC

* Com informações da Ketchum

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