Trânsito, aviões, ambulantes e britadeiras são responsáveis diretos por sons intensos que chegam a afetar a saúde do ouvido. Mas em casa, o barulho de uma geladeira pode causar o mesmo impacto. É por isso que o consumidor deve estar atento ao comprar um eletrodoméstico.
Optar por aparelhos e máquinas mais silenciosas já começa a ser uma realidade no País. Os otorrinos dão dicas em relação à importância do Selo Ruído em alguns dos eletrodomésticos. Trata-se de uma estampa adesiva obrigatória para liquidificadores, secadores de cabelo e aspiradores de pó importados ou fabricados no País. E a partir de 2012, a tarefa de escolher o aparelho menos barulhento será facilitada.
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) passarão a classificar os eletrodomésticos conforme o nível de ruído.
O Selo Ruído, vale informar, faz parte do Programa Silêncio - iniciativa do Inmetro e do Ibama para combater a poluição sonora do Brasil, ao orientar o consumidor no momento de escolher eletrodomésticos mais silenciosos e ao estimular o fabricante a produzir produtos menos ruidosos.
O selo deve constar na embalagem dos produtos (de forma visível ao consumidor), com informações sobre o nível de potência sonora – medido em decibel dB(A) – com as marcas do Ibama e do Inmetro. Para receber o selo, cada aparelho passa por ensaios de acústica e vibração em laboratórios credenciados pelo Inmetro.
Apesar disso, essa estampa adesiva só serve para informar o ruído que o equipamento produz e não classifica os aparelhos entre mais e menos barulhentos. Mas, com a nova classificação, a tarefa ficará mais fácil.
A ideia é integrar o programa de Selo Ruído a uma estratégia de identificação semelhante à de eficiência energética, hoje usada para indicar o consumo de eletricidade. Os aparelhos seriam classificados de "A" a "E", sendo A o nível mais silencioso.
"O ouvido humano tem mecanismos de proteção contra sons altos em curtos períodos de exposição. De modo geral, sons acima de 60 a 65 decibéis (dB) tornam-se desconfortáveis. Já os acima de 80 dB são potencialmente lesivos para a audição", avisa o médico José Eduardo Lutaif Dolci, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
"A Norma Regulamentadora 15 (NR 15) do Ministério do Trabalho prevê limites de exposição diária no trabalho de acordo com a intensidade do ruído ambiental", acrescenta.
* DICAS IMPORTANTES
Para conscientizar as pessoas sobre os prejuízos causados pela exposição contínua de barulho, José Eduardo Lutaif Dolci divulga abaixo dados importantes. Lembre-se que sons acima de 80 dB são potencialmente lesivos para a audição:
- Conversa em voz normal = 40 dB
- Trânsito congestionado = 80 dB a 90 dB
- Banda de rock = 100 dB
- Avião a jato decolando = 140 dB
- Sirene de viaturas = 90 a 100 dB
- Automóvel = 60 dB a 70 dB
- Caminhão = 90 dB
- Motocicleta = 85 dB
- Furadeira = 100 dB
- Motosserra = 110 dB
- Britadeira = 120 dB
- Liquidificador = 85 dB
- Metrô = 90 dB
- Batedeira = 95 dB
- Aspirador de pó = 70 dB a 80 dB
- Vuvuzela = 110 dB
- Biblioteca = 25 dB