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Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente do Brasil

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 07/09/2014 às 14:13
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Dilma em junho, no Recife / Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Dilma em junho, no Recife Foto: Diego Nigro/JC Imagem

“Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso País: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil”, dizia Dilma Vana Rousseff (PT) quatro anos atrás, em suas palavras iniciais como chefe do poder executivo eleita. Filha de um poeta búlgaro e uma professora brasileira, a petista vem de uma família de classe média, lutou contra a ditadura militar, foi presa, torturada e teve os direitos políticos cassados. Na política, atuou como secretária da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo no Rio Grande do Sul, na gestões de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT), e como ministra no governo Lula, para quem fez campanha, até ser eleita. Agora, aos 66 anos, Dilma quer repetir o resultado nas urnas.

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Dilma nasceu em Minas Gerais, filha de uma brasileira e um imigrante búlgaro - Divulgação
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A presidente foi presa e torturada na ditadura militar - Divulgação
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Sem nunca ter disputado uma eleição, Dilma foi candidata em 2010. Na foto, uma entrevista durante a campanha - Agência Brasil
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Dilma em visita ao Estaleiro Atlântico Sul, no início do mandato - Agência Brasil
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A presidente em visita às obras da Transnordestina - Agência Brasil
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Em junho deste ano, Dilma veio ao Recife inaugurar a Via Mangue - Palácio do Planalto/Divulgação
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Dilma com Lula, seu padrinho político, na convenção nacional do PT que oficializou o nome dela à presidência - Divulgação
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Perfil Dilma Bolada, de sátira, tem mais seguidores que o oficial da própria presidente. O criador da página agora presta consultoria à candidata - reprodução do Facebook
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Dilma em ato de campanha em São Paulo. Vídeo em que a candidata comia cachorro-quente - Divulgação


A presidente é mineira e está na vida política desde os 16 anos, quando entrou para organizações de esquerda clandestinas de combate ao regime militar, como a Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Dilma viveu clandestinamente e usou os pseudônimos Estela, Luiza, Maria Lúcia, Marina, Patrícia e Wanda. Apesar de ter recebido treinamento de guerrilha, nega ter participado de ações armadas. Em 2012, já durante o seu governo, foi instituída a Comissão Nacional da Verdade, para apurar violações dos direitos humanos entre 1946 e 1988, que inclui o período do regime.

Dilma foi eleita em 2010, na sua primeira disputa eleitoral

Dilma foi eleita em 2010, na sua primeira disputa eleitoralFoto: Divulgação



Foi no movimento de combate à ditadura que a petista conheceu os seus dois maridos. Aos 19 anos, casou-se com o jornalista Cláudio Galeano Linhares, união que durou pouco por causa da distância imposta pelas atividades políticas. Isso não foi problema no seu casamento com o advogado e militante gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo. Os dois foram presos pelo regime e torturados. Após ficar quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo, onde foi torturada por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), mudou-se para Porto Alegre na mesma época em que Carlos Araújo foi libertado. Em 1976, os dois, que foram casados por mais 20 anos, tiveram uma filha, Paula Rousseff Araújo. Dilma hoje é avó de Gabriel, com três anos.

A ditadura interrompeu também a graduação da presidente, que começou Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1964. A presidente retomou o curso dez anos depois, no Rio Grande do Sul, já que os créditos de alunos que militaram em organizações de esquerda foram anulados. Dilma iniciou o mestrado em ciências econômicas na década de 1990, porém não chegou a defender a dissertação.

A presidente foi uma das fundadoras do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Rio Grande do Sul e militou na campanha de Leonel Brizola ao Palácio do Planalto em 1989, mesmo ano em que pediu votos para Lula (PT) no segundo turno. Lula só seria eleito mais de uma década depois, mas deu espaço para Dilma, já filiada ao PT, na sua gestão, como ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Antes disso, havia ocupado cargos no governo gaúcho por duas décadas. Com bênção de Lula, a “mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”, como foi chamada pelo padrinho durante a campanha, conseguiu quase 56 milhões de votos e alcançou 74% do eleitorado pernambucano no segundo turno das últimas eleições, vencendo José Serra (PSDB) um ano após descobrir um câncer no sistema linfático, curado pouco depois.

Um dos desafios de Dilma, se reeleita, está na economia

Um dos desafios de Dilma, se reeleita, está na economiaFoto: Agência Brasil



Dilma tem na economia um dos seus maiores desafios para o próximo mandato. Com previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro abaixo de 2% este ano, segundo o Ministério da Fazenda, e o aumento dos preços chegando à mesa da população, os projetos para reverter esses problemas são destaque nas discussões. No âmbito político, a petista que liderava nas pesquisas de intenção de voto enfrenta também o aumento de Marina Silva (PSB) nas análises, após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

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