São Paulo

Investigação de acidente com jatinho correrá sob sigilo

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 13/08/2014 às 22:04
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Quinze órgãos estão envolvido nas buscas no local da queda da aeronave / Foto: AFP

Quinze órgãos estão envolvido nas buscas no local da queda da aeronave Foto: AFP

A investigação sobre o acidente que matou o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, e outras seis pessoas correrá sob sigilo até mesmo do Ministério Público ou da Polícia Federal. Decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff em maio deste ano determinou o sigilo das investigações de acidentes aéreos feitas pela Aeronáutica.

Caso a Justiça e a polícia queiram identificar responsabilidades em acidente específico, que estava sob investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), um outro inquérito terá de ser aberto. A lei permite, no entanto, que polícia e Justiça usem como provas em inquéritos os dados das caixas-pretas, assim como as transcrições das conversas da cabine.

A lei foi proposta pela Aeronáutica, em 2007, após a crise aérea desencadeada com os acidentes da Gol, em 2006, que deixou 154 mortos, e da TAM, em junho de 2007, que matou 199. O diretor do Cenipa, brigadeiro Dilton José Schuck, explicou que a nova lei segue o que preconiza a Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), órgão ao qual o Brasil é signatário, "para preservar as fontes voluntárias que prestam esclarecimentos e alimentam de informações que venham a auxiliar na identificação dos fatores que levaram à ocorrência do acidente, para que eles não se repitam". O brigadeiro lembrou ainda que a apuração do Cenipa não segue o ritmo de um processo judicial.

BUSCAS - O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, disse que profissionais de 15 órgãos estão envolvido nas buscas no local da queda da aeronave que transportava o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. Ele informou também que os bombeiros ainda realizam buscas visuais por restos de corpos das vítimas.

O capitão explicou que pela natureza dos acidentes aéreos os corpos ficam espalhados, o que dificulta a busca. "O corpo do ser humano não suporta a violência de um acidente aéreo", disse. "Temos que vasculhar uma área grande", completou. Mais cedo o delegado da Polícia Civil e diretor da Deinter-6, Aldo Galiano, afirmou que 16 áreas foram interditadas para as buscas e perícia. Os trabalhos das equipes prosseguem no local e devem avançar pela noite.

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