A AGU também pediu a perda dos mandatos e direitos políticos por até 10 anos de Athur e Benedito de Lira, ambos do PP-AL, investigados pela Lava-Jato. Foto: Agência Senado / Agência Câmara
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A 11ª vara de Justiça Federal do Paraná bloqueou R$ 10,4 milhões em bens do senador Benedito de Lira (PP-AL) e do filho Arthur Lira, que é deputado federal também pelo PP de Alagoas. A decisão foi em caráter liminar e a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Além do bloqueio, a AGU também pediu a perda dos mandatos e direitos políticos por até 10 anos dos dois parlamentares.
O bloqueio é resultado de uma ação por improbidade administrativa da AGU e foi realizado em dezembro do ano passado. O processo segue em segredo de justiça e mostra indícios de que o pai e o filho eram beneficiados pelo esquema que desviou recursos da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.
A ação ainda não foi julgada, mas na última quarta-feira (15) os parlamentares tentaram retroceder com o bloqueio dos bens, porém a Justiça não se manifestou sobre o caso. Os dois também são investigados em uma denúncia que tramita do Supremo Tribunal Federal que foi feita pela Procuradoria Geral da República em setembro de 2015.
A denúncia acusa Benedito e Athur Lira, que também é líder do PP na Câmara, de terem recebidos alguns recursos de campanha que vieram de um esquema de cobrança de propina e era operado junto à Petrobras. O STF ainda não disse se vai aceitar a denúncia e também não existe uma data para a decisão ser tomada.
Os dois foram citados por trÊs delatores: o doleiro Alberto Youseff, o ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. Segundo a AGU, os parlamentares receberam R$ 2,6 milhões de propina doados por Ricardo Pessoa, pela UTC e por Alberto Youseff para pagar custos de campanha. O dinheiro bloqueado pela Justiça do Paraná pretende garantir o pagamento e a multa pedida pela AGU.
Segundo bloqueio de bens em um ano
Esse é o segundo bloqueio da Justiça Federal do Paraná que atinge os parlamentares. Em fevereiro do ano passado, Teori Zavascki (até então ministro do STF) barrou R$ 4,2 milhões em bens que pertenciam aos dois. Esses não foram os primeiros processos que a força-tarefa da Lava Jato e a AGU já ingressaram. Há alguns meses que essas ações têm sido movidas e têm por objetivo recuperar alguns recursos que teriam sido desviados pelo esquema de propina.
O UOL procurou o escritório de advocacia que defende tanto Benedito quanto Arthur Lira das acusações da AGU, mas como o processo corre em segredo de justiça, o escritíorio não se pronunciou sobre o caso. Já o advogado Cléber Lopes, que defende Benedito Lira no STF afirmou ao site que o cliente é inocente, enquanto que o advogado Pierpaolo Bottini, defensor de Arthur Lira, preferiu não comentar o caso.