Delcídio deu depoimento ao TSE no processo que apura eventuais irregularidades na campanha de Dilma Foto: Agência Senado
- Palocci era a ‘ponte’ entre governo e empreiteiros para campanhas, diz Delcídio
- Lula entra com ação de danos morais contra Delcídio
- Delcídio: Lula tinha conhecimento absoluto de interesses da Petrobras
O senador cassado deu depoimento ao TSE no âmbito do processo que apura eventuais irregularidades cometidas pela campanha que reelegeu Dilma Rousseff à Presidência da República em 2014. Em outubro, o Estado informou que Delcídio havia reiterado ao TSE que a campanha de Dilma recebeu dinheiro desviado de Belo Monte - a íntegra do depoimento foi disponibilizada nesta terça-feira (22) pela Corte Eleitoral.
Para o ex-líder do governo Dilma no Senado, o PMDB foi uma espécie de "sócio majoritário" do PT na propina de Belo Monte. Indagado sobre quanto foi pago para quem, Delcídio disse não saber os valores atribuídos a cada um.
"R$ 142 milhões, aproximadamente e dentro de um grande acordo que foi feito com o PT e o PMDB, e, nesse caso específico, com o PMDB, que eu acredito que foi o mais bem aquinhoado partido, pelo menos no caso Belo Monte - não estou dizendo que o PT não tenha sido, mas acho que o PMDB foi talvez o grande condutor aí do processo. Agora, volto a repetir, eu não fui tesoureiro de campanha e eu não sei os valores atribuídos a cada um", comentou o senador cassado.
Campanha
Sobre a destinação de dinheiro de propina a campanhas eleitorais, Delcídio disse que "candidato majoritário sabe de onde é que vêm as coisas".
"A candidata majoritária, com certeza, saberia. O vice-presidente, à época, talvez - talvez - não soubesse o todo. Até porque eu convivi muito com os dois, e havia uma certa idiossincrasia entre os dois, né?", disse Delcídio.
Delcídio afirmou que Temer foi um vice "quase que decorativo", que passou por "situações de absoluto constrangimento". "E ele é um homem educado, né? Eu vi o sofrimento dele", afirmou o senador cassado.