Presidente Michel Temer considerou que herança tem que ser revertida Foto: Agência Brasil
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“Querem que o governo assuma e dois meses depois o céu esteja azul. Não é assim. Isso leva tempo. A retomada do emprego é algo que demora. É paulatina e lenta, mas nossa esperança é que no segundo semestre de 2017 o PIB não seja negativo. Se não for, que nos cobrem”, disse o presidente, durante um seminário de infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A projeção de instituições financeiras para a queda da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país), este ano, passou de 3,30% para 3,31%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi ajustada de 1,21% para 1,20%
“Às vezes sinto no ar certo preconceito. Querem combater desemprego e não querem incentivar a inIciativa privada. Nossa esperança é que em face do ritmo que estamos adotando é que no segundo semestre do ano que vem tenhamos também o emprego sendo retomado”, acrescentou.
Temer destacou que para tornar possível esse cenário, é necessário que o governo ajuste suas contas e atraia o investimento privado em áreas estratégicas como a infraestrutura. Segundo ele, o país acumulava “dívida pública crescente e desemprego em nível alarmante”. “A superação da crise aguda exige um trabalho extraordinário que nos permita seguir adiante. Este é um ciclo perverso que estamos desmontando. Diante desse fato constatamos que o padrão de despesas que se consolidou nos últimos anos se tornou insustentável. Precisamos então começar cortando na carne, portanto limitar os gastos públicos”, disse ele.
Durante sua fala, Temer citou discursos da ex-primeira ministra da Inglaterra, Margareth Tatcher, como forma de justificar as medidas de austeridade do governo brasileiro. “Vi um discurso da Tatcher, em que ela dizia: “olha, saiba você que não existe dinheiro público. Dinheiro sempre vem do setor privado. Quem está pagando é você. Ou você controla, ou a generosidade desaparece'. O Estado é como a sua empresa. Você não pode gastar mais do que arrecada. Essa é a proposta singelíssima da PEC dos gastos públicos”, disse o presidente.
Segundo ele, esses cuidados que têm sido adotados pelo governo brasileiro darão ao país a possibilidade de voltar ao grau de investimento. “Agora [o índice das agências de avaliação] baixou de 531 pontos para 318 pontos. Quando chegar a 240 retomamos o grau de investimento. Conseguimos isso em apenas alguns meses”, destacou Temer. .
Ele acrescentou que “sequencialmente ou paralelamente” à tramitação da PEC dos gastos públicos, mandará, ao Congresso Nacional, a proposta para reforma da Previdência Social. “Aprovado o teto, é fundamental que se faça uma reforma da Previdência nesse país."