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Liminar sobre pedido de impeachment de Temer tem pouca repercussão no Senado

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 05/04/2016 às 21:39
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Liminar do STF determina que a Câmara dê continuidade à análise ao pedido de impeachment de Temer / Foto: Agência Senado

Liminar do STF determina que a Câmara dê continuidade à análise ao pedido de impeachment de Temer Foto: Agência Senado

A liminar (decisão provisória) do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio determinando que a Câmara dos Deputados dê continuidade à análise do pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer repercutiu discretamente nesta terça-feira (5) no Senado.

Na opinião do líder do governo na Casa, Humberto Costa (PT-PE), a decisão do ministro foi no sentido de dar tratamento isonômico a Temer e à presidente Dilma Rousseff, que já passa por processo de impeachment na Câmara. “Mas eu creio que fundamento jurídico, nenhum dos dois pedidos tem”, afirmou o senador.

“O que vale para a presidenta Dilma tem que valer para o vice Michel Temer ou para qualquer chefe do Executivo, em qualquer situação. Não há salvação para o Brasil se não for dentro do que a Constituição prevê. E a Constituição prevê que só pode haver impedimento se houver crime de responsabilidade, que nenhum dos dois cometeu”, disse Costa.

Para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), apesar da decisão do ministro Marco Aurélio, a questão do impeachment de Temer “não está colocada”.

“Se vier a ser colocada amanhã, terá que ser discutida. Hoje o que está posto é que existe uma comissão de impeachment instalada, com a participação de todos os partidos, que se debruçam sobre uma peça jurídica. O impeachment – e é preciso que isso fique claro – em qualquer país, tem um componente jurídico que, a meu ver, está atendido, porque houve o cometimento de crime de responsabilidade pela presidenta com as pedaladas fiscais e a edição dos decretos, mas tem um componente político. O impeachment é jurídico-político”, afirmou.

Aécio disse que o PSDB dará sustentação a um eventual governo de Michel Temer, se Dilma sofrer impedimento.

Na mesma linha, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN) evitou discutir o mérito da decisão do ministro Marco Aurélio Mello e disse que comentá-la seria “colocar pimenta numa coisa que não merece ser considerada”.

“É um fato anormal. Se esse pedido tem algum embasamento legal – e o ministro Marco Aurélio deve ter suas razões para a decisão que tomou –, ele terá que entrar na fila de todos os pedidos que lá estão [na Câmara]. Não vou emitir opinião sobre uma decisão de ministro do Supremo Tribunal Federal”, disse o senador.

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