Cunha disse que não irá se posicionar sobre os principais pedidos de afastamento da petista neste ano, diferentemente do que vinha afirmando até então -ele dizia que tomaria uma decisão ainda em novembro. Foto: Agência Brasil
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Segundo o deputado do PMDB do Maranhão, Cunha condicionou a possibilidade de deferir um pedido de impeachment somente se o Congresso ratificar a decisão do TCU pela rejeição das contas de Dilma. "Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer", completou Rocha.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) fez outra avaliação da fala de Cunha durante o jantar. "Para mim, ele não pensa mais nisso de forma alguma. Se decepcionou com o PSDB, que não sabe de que lado fica e agora precisa estar com o governo". Acusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras e respondendo a um processo de cassação, Cunha vinha se equilibrando entre oposição e governo na tentativa de angaria apoio para salvar seu mandato. Usa, para isso, a prerrogativa que tem de decidir, monocraticamente, sobre a sequencia ou não de pedidos de impeachment contra Dilma.
Na última semana, ficou clara uma inclinação em direção ao governo após o rompimento anunciado pelo PSDB, para quem é inconsistente a defesa que ele apresentou para explicar o patrimônio milionário que ocultou em contas na Suíça. Há hoje na Câmara dez pedidos de impeachment contra Dilma. O principal é o assinado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, documento que é chancelado pela oposição e por movimentos de rua anti-Dilma. Cunha vinha dizendo que iria decidir sobre esse pedido ainda em novembro. Procurado, o presidente da Câmara não retornou à reportagem.