Desafios

Reforma política é 'mãe de todas as reformas', diz ministro do STF

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 19/10/2015 às 19:24
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Lewandowski foi cauteloso ao analisar a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha / Foto: Reprodução

Lewandowski foi cauteloso ao analisar a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha Foto: Reprodução

Lembrando uma frase do ditador iraquiano Saddam Hussein, executado em 2006, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, afirmou nesta segunda (19) que a reforma política deve ser prioridade hoje no Brasil.

"Nós temos instituições republicanas estáveis e é por isso que o Poder Judiciário está respondendo à crise e aos desafios que enfrentamos. Mas como vocês lembram, Saddam Hussein disse que lutaria a mãe de todas as batalhas na Guerra do Golfo. Eu diria que a reforma política é a mãe de todas as reformas no Brasil. Deveria ser a primeira reforma", afirmou.

A declaração foi feita durante uma palestra no centro de estudos Diálogo Interamericano, em Washington. Instado por uma pessoa da platéia a detalhar como deveria ser a reforma política, o ministro lamentou que haja tantos partidos políticos no Brasil.

"Não é fácil porque nós temos 32 partidos políticos. Tenho certeza de que um país democrático não tem mais do que cinco partidos políticos -um no centro, centro-esquerda, esquerda, centro-direita e direita. É o suficiente, mesmo em um sistema parlamentar", disse.

Mais cedo, em conversa com jornalistas, Lewandowski foi cauteloso ao analisar a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acusado pela Procuradoria-Geral da República de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Mas indicou que se ele for processado e vir a ser preso haverá "incompatibilidade" com a sua permanência no cargo.

"Por enquanto temos uma investigação aberta, não uma denúncia aceita pelo Plenário. Se houver uma denúncia, se ela for aceita, então começará o processo penal. Serão ouvidas as testemunhas, eventualmente serão feitas provas técnicas até se chegar a um julgamento. De uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal caberá também algum recurso interno e só se houver o trânsto em julgado da condenação é que se começará a cogitar um eventual afastamento" disse.

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