Corrupção

'Lamento que seja um brasileiro', diz Dilma sobre denúncias contra Cunha

Lorena Barros
Lorena Barros
Publicado em 18/10/2015 às 14:37
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A declaração foi dada em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia / Foto: Arquivo / Agência Brasil

A declaração foi dada em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia Foto: Arquivo / Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff disse neste domingo (18) que "lamenta que seja um brasileiro" ao comentar as provas de contas na Suíça contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A declaração foi dada em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia. Questionada se as denúncias contra Cunha causam constrangimento ao Brasil no exterior, a presidente respondeu: "Seria estranho se causassem. Ele [Cunha] não integra meu governo, eu lamento que seja um brasileiro, se é isso que você [repórter] está perguntando", disse. E reafirmou: "Eu lamento que seja com um brasileiro".

Dilma ainda negou que esteja negociando acordo com Cunha para salvá-lo de uma cassação de mandato (em razão das denúncias) em troca de ele travar a abertura de um processo de impeachment contra ela. "Eu acho fantástico essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, era público e notório, até na nota [da oposição pedindo afastamento de Cunha do cargo] isso aparece", disse. "Acho estranho atribuir ao governo acordo com presidente de Poder que não seja para passar coisa relativa a CPMF, DRU", afirmou.

Para a presidente, o episódio contra o presidente da Câmara não prejudica a imagem do Brasil. "Não diria isso. Acho que se distingue perfeitamente no mundo o país de qualquer um de seus integrantes. Nenhum país pode ser julgado por ser isso ou por aquilo, nem o Brasil, e não se julga assim, acho que essa pergunta [sobre se prejudica ou não] bastante capciosa", afirmou.

Ela ainda tentou minimizar a celebração das recentes liminares do STF (Supremo Tribunal Federal) que brecaram a interpretação de Cunha e da oposição que poderia acelerar a abertura da ação de seu impeachment. "A decisão do STF diz respeito ao Judiciário e atendeu a um pleito de um deputado, não tem nada a ver com o governo diretamente, tem a ver com um procedimento do Legislativo", disse.

A presidente chegou a Estocolmo neste sábado (17) para dois dias de encontros com autoridades locais e empresários, incluindo uma visita à fábrica da Saab, de quem o governo brasileiro comprou 36 caças Gripen NG por US$ 5,4 bilhões. Ela está acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Aldo Rebelo (Defesa), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), este último ligado a Eduardo Cunha. O secretário de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, também está presente.

Da Suécia, Dilma parte na noite de segunda (19) para Helsinki, Finlândia, para compromissos com o governo local na terça-feira (20), chegando ao Brasil no dia seguinte.

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