Fontes próximas à investigação confirmaram na quinta-feira que o banco usado por Cunha na Suíça foi o Julius Baer, o maior private bank independente daquele país Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados
Fontes próximas à investigação confirmaram na quinta-feira que o banco usado por Cunha na Suíça foi o Julius Baer, o maior private bank independente daquele país. A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo. De acordo com o jornal, o valor bloqueado teria sido de US$ 2,4 milhões.
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Segundo a reportagem, as duas contas ainda ativas foram abertas em 2008 e numa delas o destinatário tem residência no mesmo endereço de Cunha e da mulher no Rio de Janeiro. O beneficiário é brasileiro e nasceu em 29 de setembro de 1958, data de nascimento de Cunha.
Ex-funcionários da Petrobras investigados na Operação Lava Jato também foram clientes do Julius Baer, como o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada.
Em Berna, fontes confirmam que o banco está colaborando e que foi dele que veio em abril um informe apontando para suspeitas de lavagem de dinheiro. Oficialmente, a instituição se recusa a comentar o caso.
Um dos fatores que levantaram suspeitas entre os gerentes das contas foi a diferença entre a renda de Cunha e os valores movimentados.
O Ministério Público da Suíça não comentou a informação sobre o valor bloqueado nas contas atribuídas a Cunha no país europeu. Pessoas próximas ao processo indicam que as contas chegaram a movimentar "perto de US$ 5 milhões". A suspeita dos procuradores brasileiros é a de que Cunha possa ter outras contas no exterior
DECORO - O documento encaminhado ao PSOL confirma também que o peemedebista é investigado por lavagem de dinheiro e corrupção. "Este documento nos dá o elemento fundamental de uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em desfavor do deputado Eduardo Cunha (RJ)", afirmou o deputado Chico Alencar (RJ), líder do PSOL. "Com este documento formal e oficial, temos plena condição de fazer esta representação. As condições políticas para ele permanecer na presidência acabaram "
Cunha, mais uma vez, evitou ontem as perguntas sobre as contas na Suíça. "Já falei o que tinha que falar sobre isso", disse o presidente da Câmara. "Se eles entrarem (no Conselho de Ética), é um direito deles. Responderei na hora que tiver que responder "
Na semana passada, o PSOL apresentou questionamentos a Cunha sobre a denúncia de que ele e alguns parentes teriam depósitos em contas bancárias na Suíça. Os mesmos questionamentos foram enviados também à Procuradoria-Geral da República, que encaminhou as respostas ontem à noite ao partido.
A Suíça investiga os pagamentos relacionados com a Petrobras desde março de 2014 e pediu que bancos entregassem à Justiça detalhes sobre dezenas de contas. Após o Ministério Público suíço repassar à Procuradoria-Geral da República os dados, caberá agora a Rodrigo Janot decidir se pede abertura de um novo inquérito ou se apresenta nova denúncia contra o peemedebista.