Um dos executivos recomenda, então, que seu "ponto focal de apoio" seja Lula Foto: Divulgação
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Um dos executivos recomenda, então, que seu "ponto focal de apoio" seja Lula.
Em março de 2014, Sérgio Lins Andrade, dono da Andrade Gutierrez, enviou ao presidente da empresa, Otávio Marques de Azevedo, a cópia de uma reportagem sobre a decisão de Dilma de se distanciar da Venezuela.
"Isto pode complicar a situação dos contratos lá. Abs", escreveu ele, no email endereçado aos executivos.
Em resposta, o executivo Flávio Gomes Machado Filho fala de um descontentamento de Maduro e cita Lula como canal na Venezuela. "Temos que tomar todos os cuidados. O Presidente Maduro já está incomodado com essa postura dela há algum tempo. O nosso ponto focal de apoio tem que ser o ex-Presidente Lula. O Pres Maduro reconhece como um grande amigo pessoal e um grande amigo da Venezuela."
Flávio Gomes diz, então, que se encontraria com Lula na semana seguinte para buscar uma solução para traçar uma estratégia de apoio.
"Estou marcando um encontro com o Pres Lula na próxima semana em SP para discutir com ele a situação da Venezuela e uma estratégia de apoio. Abs, Flavio."
OUTRO LADO - Procurado para confirmar o encontro, o Instituto Lula afirmou, por intermédio de sua assessoria, que não comentaria "documentos supostamente oficiais extraídos de seu contexto". A Andrade Gutierrez informou que não comentará o assunto.
A seguir, a nota do Instituto Lula:
"O ex-presidente Lula sempre atuou legitimamente em defesa do Brasil e das empresas brasileiras nos mercados internacionais, e continuará exercendo esse papel, sempre que possível, como fazem ex-governantes responsáveis de diversos países. O ex-presidente não faz e nunca fez lobby ou consultoria. A lista das empresas que contrataram palestras do ex-presidente, por meio da empresa LILS, está publicada pelo Instituto Lula neste endereço Outras informações sobre as palestras foram prestadas espontaneamente ao Ministério Público, para esclarecer os fatos e desfazer ilações indevidas em Notícia de Fato protocolada na Procuradoria da República no Distrito Federal. O Instituto Lula não comenta vazamentos seletivos de procedimentos judiciais nem documentos supostamente oficiais extraídos de seu contexto."