Nesse caso, destacou, bastaria maioria simples para aprovar o deferimento, ou seja, 51% dos presentes Foto: Reprodução
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Segundo ele, Dilma só possui 150 deputados fiéis a ela. Durante seminário promovido pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, o tucano também previu que a Câmara deve deferir o pedido de afastamento da petista ainda em outubro deste ano, ficando o julgamento pelo Senado para novembro. Mesmo que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) indefira os pedidos de impeachment, Sampaio ressaltou que a oposição tem uma vantagem: a possibilidade de recurso em plenário prevista pelo Regimento Interno da Casa.
Nesse caso, destacou, bastaria maioria simples para aprovar o deferimento, ou seja, 51% dos presentes. "Acho que quando iniciar as manchetes no dia seguinte de que iniciou o processo, temos clareza de que os que faltam (para chegar aos 342) vão aparecer", afirmou o parlamentar a uma plateia de empresários e simpatizantes do PSDB.
Pelos cálculos de Sampaio, mesmo com os recentes movimentos de afago ao PMDB feitos pela presidente Dilma Rousseff, ainda há 20 deputados do partido que devem votar a favor do impeachment. "Por mais que pareça que ela está ganhando fôlego, nossa visão é de que ela não ganha. A tendência é piorar", afirmou.
Na avaliação do tucano, cada vez que a presidente tira um partido de sua equipe para dar mais espaço ao PMDB, essa outra legenda descartada acaba migrando para o "outro lado". "Ela faz pequenas arrumações e a coisa desanda", disse o parlamentar. O deputado federal previu que, a partir da próxima semana, alguns dos pedidos de impeachment devem começar a ser deferidos na Câmara.
Para ele, em outubro esse processo estará concluído, fazendo com que, em novembro, o processo possa ser julgado pelos senadores, em sessão que deve ser presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o tucano, a maior resistência ao processo de impeachment no Congresso vem do PR e do PP. "Do PSB também, mas acho que muita gente do partido acabaria votando a favor", acrescentou. Para o parlamentar, Dilma "não tem vocação" para renunciar.
'GOLPE' - Carlos Sampaio afirmou que espera uma "receptividade absoluta" da sociedade em relação ao impeachment. De acordo com ele, "não tem sentido falar em golpe". "Não estamos cassando para o PSDB assumir. Se (o mandato de Dilma) for cassado, quem a assume é o vice dela (Michel Temer, do PMDB)", disse. O parlamentar avaliou que "não se pode tratar como golpe" um "preceito institucional" como o impeachment. Para ele, a união de juristas, como o advogado Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, em torno do tema deu mais "robustez" ao pedido.
O deputado disse ainda achar que o PMDB "quer assumir" o governo caso a presidente sofra um processo de impeachment. Já seu partido, o PSDB, "quer saber como ajudar" esse novo governo que tomaria posse.
"Não tem como ajudar a Dilma", afirmou o parlamentar. Segundo ele, "a premissa que me move é que nada é pior que Dilma".