"Eu defendo que o PMDB saia do governo e que tenha instância própria", disse Cunha Foto: Reprodução
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"Por mim, o PMDB deve ficar com zero ministério. Não só não vou participar [da reforma], como não quero que o PMDB participe. Eu defendo que o PMDB saia do governo e que tenha instância própria", disse Cunha, que cobrou uma convenção nacional do partido para discutir a saída da base governista.
"Se tem uma parte do PMDB que entende que tem que ficar no governo, que fique pela governabilidade, ou fique sem cargos, sem exigir mais cargos", disse. "Quem defende a governabilidade e acha que o Brasil passa pelo momento difícil que passa, não deveria exigir cargos para isso. Deveria estar desprendido pela política pública. Mas acho, essa é minha opinião pessoal, de militante do PMDB, vou defender na convenção, que eu espero que seja convocação, que o PMDB saia da base."
Cunha afirmou que o debate atual deveria girar em torno das medidas políticas e econômicas do governo, e não a ocupação de cargos, e disse que não se sente isolado no partido. "Se participasse de uma aliança, teríamos que estar discutindo a política econômica, a qualidade do ajuste fiscal e os impostos. Essa tem que ser a principal razão do debate, e não a ocupação de cargos", disse.
"[O isolamento] é um debate absolutamente fora de propósito, até porque não estou disputando nada na bancada. Nunca eu procurei qualquer membro da bancada e defendi meu posicionamento pessoal como preponderante na bancada. Então, não vou me sentir isolado, porque não estou procurando vencer. Eu estou procurando simplesmente debater minha posição."
Pela manhã, o deputado carioca participou de fórum de cidadania e segurança pública na capital goiana e, à tarde, encontrará políticos locais na Assembleia, onde participará do programa "Câmara Itinerante". Durante o evento da manhã, foi recebido por 11 pessoas que protestavam contra os ajustes fiscais e pediam o afastamento de Dilma.
Cunha também criticou o ajuste. "Sou contrário a qualquer aumento de impostos, absolutamente contra a CPMF ou qualquer aumento de imposto para financiar despesa que o governo tem a mais e não está conseguindo cobrir com sua arrecadação. Não tem sentido a gente gastar mais tributos, impor mais tributos à sociedade para pagar a ineficiência de uma máquina que gasta cada vez mais, por motivações diversas, mas que gasta. Então, o governo tem que cortar na carne, em primeiro lugar."