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Ministro do TCU é citado em investigação de esquema no Carf

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 10/09/2015 às 8:31
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Nome do ministro Nardes surgiu durante os trabalhos da Operação Zelotes, que apura um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf / Foto: Agência Brasil

Nome do ministro Nardes surgiu durante os trabalhos da Operação Zelotes, que apura um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf Foto: Agência Brasil

O nome do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes aparece em uma investigação da Polícia Federal sobre compra de sentenças do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

Como integrante do TCU, Nardes só pode ser alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro é o relator do processo das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff.

O nome do ministro surgiu durante os trabalhos da Operação Zelotes, que apura um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.

A PF não informou quais os detalhes que ligam Nardes ao esquema.

Em troca do suborno, os membros do colegiado do Carf votavam em favor da redução e, em alguns casos, perdão das dívidas das empresas que os corrompiam.

Em alguns casos, escritórios de advocacia ou de contabilidade atuavam no cooptação de clientes para o esquema.

Na prática, esses escritórios faziam a negociação entre integrantes do Carf e representantes de empresas com processos pendentes no Conselho.

A informação foi publicada pela site da revista "Carta Capital" e confirmada pela reportagem nesta quarta-feira.

OUTRO LADO - Nardes disse à reportagem que não tem qualquer relação com as irregularidades encontradas no Carf e nunca atuou em favor dos interesses de escritórios e empresas investigadas.

O ministro disse que foi sócio de um escritório de contabilidade, mas que se desvinculou da função há mais de dez anos, em junho de 2005.

"Esse escritório ficou no nome do meu sobrinho. Não foi alvo de busca nenhuma e, pelo que ele me disse, não tem nada de irregular", afirmou Nardes.

O ministro afirmou, porém, que não tem como se responsabilizar por nada relacionado à empresa no período em que ele não era mais sócio.

"Não tenho nenhuma informação de que serei investigado, estou totalmente tranquilo", disse Nardes.

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