Temer quer afinar o discurso e a postura do PMDB depois que Dilma assumiu a articulação política Foto: Reprodução
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O encontro está marcado para a próxima terça-feira (8), no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.
Temer quer afinar o discurso e a postura do PMDB depois que a presidente Dilma assumiu pessoalmente a articulação política e pediu ao Congresso ajuda na construção de saídas para o déficit fiscal de R$ 30,5 bilhões apresentado pelo governo na proposta de Orçamento para 2016.
O vice almoçou com Dilma nesta quarta-feira (2) no Palácio da Alvorada e voltou a dizer à presidente que não negociará mais cargos e emendas parlamentares com partidos aliados, cuidando apenas da "macropolítica". Ele afirmou ainda que a tentativa de cobrir o déficit deve partir de cortes do Executivo e não da criação de novos tributos.
A avaliação de Temer é que levar novos impostos para votação no Legislativo vai criar "ainda mais desgaste político" para o Palácio do Planalto.
Nas últimas semanas, o vice ficou de fora de importantes decisões do governo, como a possibilidade de recriar a CPMF, o chamado imposto do cheque, o que o irritou bastante. Dilma cogitou ressuscitar o tributo mas desistiu após repercussão negativa entre políticos e empresários.
RESPONSÁVEIS - Em reunião com Dilma, nesta terça-feira (1), Renan e Cunha se comprometeram a votar propostas para gerar mais receita ao governo, mas avaliaram que as medidas devem ter "a digital" do Palácio do Planalto.
Publicamente, ambos adotaram um discurso conciliador mas frisaram que não é "responsabilidade do Congresso" resolver o rombo fiscal.
Diante disso, Dilma disse nesta quarta que enviará adendos à proposta orçamentária e que não fugirá da responsabilidade de resolver a questão, inclusive com a criação de novos impostos.
Frente à crise e ao isolamento periódico de Temer, setores do PMDB pressionam o vice por um desembarque oficial do partido do governo, mas o vice tem pedido cautela. Deve repetir o discurso na reunião no Jaburu.