Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse em depoimento à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados, que não conhece Fábio Luiz Lula da Silva, o "Lulinha" Foto: Agência Brasil
Diante das negativas, o deputado mineiro perguntou se Coutinho abriria mão do seu sigilo telefônico. "Ceder o sigilo telefônico à CPI não é decisão minha, mas uma prerrogativa da comissão", limitou-se a responder.
Coutinho também afirmou não haver ingerência de Dirceu em nenhum dos projetos tratados pelo BNDES. Condenado no caso do mensalão, Dirceu foi preso novamente no âmbito da Operação Lava Jato. “Mas não sei se Zé Dirceu participou de algum processo quando era ministro da Casa Civil, já que o ministério tem assento nos conselhos do banco”, ponderou.
Ele voltou a dizer que o ex-presidente Lula também não tem influência sobre os contratos firmados pelo banco. Os parlamentares levantaram coincidências entre os países que receberam financiamentos do BNDES e aqueles que são alvo das ações do Instituto Lula na América Latina e na África.“A política de exportação é uma política de busca de mercado pelas empresas brasileiras. O BNDES não participa de tratativas no exterior para obtenção de contratos, que são firmados pelas empresas privadas”, afirmou. “Nunca houve interferência do presidente Lula nesses processos junto ao BNDES. Questões relativas às atividades do ex-presidente devem ser esclarecidas pelo Instituto lula, não posso responder pela instituição”, completou.
O presidente do BNDES negou que o banco priorize investimentos feitos em outros países, como Cuba e Venezuela. Esse questionamento gerou um princípio de bate-boca entre parlamentares da oposição e da base do governo. “Os números mostram que a infraestrutura no Brasil é mais importante que crédito a outros países. O crédito a exportação de serviços de engenharia é menor que 2% dos desembolsos do BNDES”, respondeu.
Apesar de estar na condição de convidado na CPI, Coutinho disse que não tem problemas em se comprometer a dizer somente a verdade, como juram os depoentes que são convocados para falar na comissão.