O manifesto classifica de "gravíssima" a denúncia e diz que o conjunto probatório é "robusto" Foto: Reprodução
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Até agora, o PSOL foi a única bancada na Câmara que firmou posição pelo afastamento de Cunha, mas o grupo que participou do manifesto inclui parlamentares de outras nove legendas, que deram apoio individualmente: PT, PSB, PPS, PDT, PR, PSC, PROS, PTB e até o próprio PMDB, partido de Cunha.
Seis deputados participaram do anúncio do manifesto: Chico Alencar (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Alessandro Molon (PT-RJ), Henrique Fontana (PT-RS), Glauber Braga (PSB-RJ) e Julio Delgado (PSB-MG). Além deles, o grupo estima ter hoje o apoio de cerca de 30 parlamentares. Do PMDB, dizem ter recebido o apoio do deputado Jarbas Vasconcelos (PE), que já criticou Cunha publicamente.
O manifesto classifica de "gravíssima" a denúncia e diz que o conjunto probatório é "robusto".
"Com a denúncia do Ministério Público, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa", diz o texto, lido por Chico Alencar.
Os parlamentares afirmaram que, se permanecer em seu cargo, Cunha vai dificultar as investigações contra si próprio, citando o caso da CPI da Petrobras, que tem blindado o presidente da Câmara.
Molon disse que o objetivo do afastamento é preservar a "imagem da Câmara", para que a denúncia contra Cunha não se confunda como um ataque à instituição.
O manifesto serve para fazer uma pressão política pela saída de Cunha, caso ganhe o apoio de muitos parlamentares, mas não possui um valor formal.
Além dele, o PSOL vai protocolar representação contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara, mas só depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) decida pelo acolhimento da denúncia e abertura da ação contra Cunha. O conselho tem o poder até de determinar a cassação de mandato.