Depois de Justiça negar habeas corpus, ex-ministro já esperava ser preso Foto: Agência Brasil
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Publicamente, o escritor Fernando Morais chegou a externar a opinião em rede social. "A (Polícia) Federal prendeu o Zé Dirceu hoje de manhã. Ele, o irmão e o secretário. Mas não é o Dirceu que essa gente quer. Nem ele, nem a Dilma (Rousseff, presidente). Eles estão rodeando para chegar nesse rapaz sem o dedo mindinho aí da foto. Eles querem ganhar as eleições de 2018 com três anos de antecedência", escreveu, publicando uma foto do ex-presidente Lula.
Amigos de Dirceu se queixam ainda da data da prisão, uma vez que na quinta-feira haverá o programa político do PT na televisão.
"Sempre é às vésperas do programa do PT essa operação (policial). Foi assim com o Vaccari (ex-tesoureiro do partido preso em abril passado)", disse um petista próximo de Dirceu, para quem "a lógica (da operação) é arrebentar Lula".
O mesmo petista disse que estaria fora de cogitação Dirceu fazer qualquer acordo de delação: "Na escala de valores de nossa família, o mais grave é sempre a delação", disse ele, apontando ainda que as pessoas próximas do ex-ministro "sabem que não existe isso de mágoa nem de amor com o Zé. Ele é um míssil gélido” e que não haveria “nada a ser delatado”.
Há mais de um mês, Dirceu já esperava pela prisão. No pedido de habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), instância superior da operação Lava-Jato, o advogado do ex-ministro, Roberto Podval, afirmava que seu cliente “não aguentava mais a angústia” e vivia, em sua prisão domicilar, “um suplício”. Ele também teve indeferido pela Justiça um pedido para passar o póximo final de semana em Vinhedo, no interior de São Paulo, onde comemoraria com a família o Dia dos Pais.
Na avaliação de petistas, a situação do PT com a prisão do ex-ministro, embora ele não tenha mais ligações formais com o partido, complica qualquer intenção da legenda de se recuperar neste momento e ainda fragiliza a presidente Dilma diante do Congresso Nacional e da opinião pública.