Operação Lava Jato

'Denúncia é grave', diz Cardozo sobre acusações de ex-advogada da Lava Jato

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 31/07/2015 às 16:35
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José Eduardo Cardozo, classificou como grave a denúncia feita pela advogada Beatriz Catta Preta contra os membros da CPI da Câmara dos Deputados que investiga a Petrobras / Foto: Fotos Publicas

José Eduardo Cardozo, classificou como grave a denúncia feita pela advogada Beatriz Catta Preta contra os membros da CPI da Câmara dos Deputados que investiga a Petrobras Foto: Fotos Publicas

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou como grave a denúncia feita pela advogada Beatriz Catta Preta contra os membros da CPI da Câmara dos Deputados que investiga a Petrobras.

A advogada, responsável por nove acordos de delação premiada de réus na Operação Lava Jato, fechou seu escritório e abandonou processos da Operação Lava Jato. Em entrevista à TV Globo na última quinta (30), ela afirmou que tomou essa atitude porque se sentiu ameaçada por integrantes da CPI.

"Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela minha segurança e dos meus filhos, decidi encerrar minha carreira", afirmou Catta Preta.

Segundo ela, a pressão aumentou após um de seus clientes, o lobista Julio Camargo, mencionar em depoimento que pagou US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"É uma denúncia grave que caberá ao Ministério Público Federal, que conduz as delações premiadas, apurar", disse o ministro em evento sobre segurança pública no Rio nesta sexta (31).

O ministro, contudo, evitou comentar se acha crível a denúncia de Catta Preta.

"Não posso entrar em considerações dessa natureza. O que posso dizer é que o Ministério Público tem condição de fazer, através dos mecanismos legais, as apurações devidas para que essa situação seja esclarecida."

O autor do requerimento de convocação na CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), chamou de "ridícula" a acusação da advogada.

Pansera disse à reportagem que a entrevista de Catta Preta ao "Jornal Nacional" é "uma cortina de fumaça para alguma coisa que ela não quer revelar", sem opinar sobre o quê seria. "Eu acho ridículo. Não tem nenhum sentido", afirmou.

Nesta sexta (31), o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que a convocação de Catta Preta está mantida e que a comissão quer saber quem a ameaçou.

Motta lançou suspeitas de que Catta Preta esteja se "vitimizando" para esconder "talvez alguns atos ilícitos que ela tenha cometido no âmbito do processo da Lava Jato".

Apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter dado decisão desobrigando Catta Preta de informar a origem dos seus honorários, Motta disse que a CPI vai marcar uma data para ouvi-la, mas sem abordar o assunto. Afirmou que ainda não há data marcada.

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