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O documento intitulado "Carta de Salvador" tem o apoio do ex-presidente Lula e da corrente majoritária do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil). Ele foi escolhido pela maioria dos 525 delegados presentes.
Na tarde desta quinta foram apresentados seis documentos elaborados por diferentes correntes petistas. Os representantes de cada um deles fizeram um balanço sobre a crise atual do partido e apresentaram propostas para que a sigla resgate sua credibilidade.
PALMAS PARA VACCARI - Markus Sokol, integrante da ala mais à esquerda do PT e defensor da tese "Resgatar o Petismo", começou sua apresentação saudando o ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, preso desde abril na esteira das investigações da Operação Lava Jato.
"Antes de começar, gostaria de prestar uma homenagem ao companheiro Vaccari, que foi preso injustamente", disse ele, arrancando cerca de três minutos de palmas da plateia, que chegou a ficar de pé por alguns instantes.
A defesa do ex-tesoureiro tem sido constante. Na maioria dos encontros realizados pela sigla, como a reunião do diretório nacional do partido, em Fortaleza, a comemoração dos 35 anos do PT, em Belo Horizonte, e a abertura do Congresso Estadual do PT, em São Paulo, houve manifestação de lideranças em apoio a Vaccari.
O discurso de Sokol foi o mais duro em relação ao governo Dilma Rousseff. Ele criticou a "operação abafa" feita para calar às críticas internas ao ministro da fazenda Joaquim Levy durante o encontro. "Na segunda soube que Levy não pode ser tratado como Judas, na terça ele virou Jesus Cristo e hoje vi que ele subiu ao céu e nem criticado pode ser", disse.
Ele também vociferou contra o anuncio feito na propaganda petista exibida na tevê de que os filiados condenados à corrupção serão expulsos do partido. "É um cretinismo jurídico dizer que quem foi condenado por corrupção está automaticamente expulso do partido".