CPI da CBF

Senadores mantêm apoio à CPI da Fifa, que deve ser instalada semana que vem

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 29/05/2015 às 15:09
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Senadores tinham até a meia-noite dessa quinta (28) para recuarem no pedido, mas nenhum deles voltou atrás.  / Foto: Arquivo/Agência Brasil

Senadores tinham até a meia-noite dessa quinta (28) para recuarem no pedido, mas nenhum deles voltou atrás. Foto: Arquivo/Agência Brasil

A CPI da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da Fifa deve ser instalada no Senado na próxima semana. Como nenhum dos 53 senadores que apoiaram a criação da CPI retirou suas assinaturas do pedido no prazo fixado pelo Senado, a comissão de inquérito está pronta para ser instalada.

Os senadores tinham até a meia-noite desta quinta (28) para recuarem no pedido, mas nenhum deles voltou atrás. Para uma CPI ser instalada, ela precisa do apoio de pelo menos 27 senadores, o equivalente a um terço dos 81 integrantes do Senado.

O próximo passo será a indicação dos integrantes da CPI pelos líderes dos partidos e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A instalação ocorre na primeira reunião da CPI, em que são escolhidos o presidente, o vice e o relator, que deve ser marcada para a semana que vem.

Autor do pedido de criação da CPI, o senador Romário (PSB-RJ) trabalha nos bastidores para ser escolhido relator da comissão de inquérito. O parlamentar tem conversado com os colegas pedindo apoio na indicação, que cabe à maioria dos integrantes da CPI.

Romário se tornou um dos principais críticos da CBF nos últimos anos e assumiu essa bandeira em seu mandato como deputado federal. Em 2012, tentou instalar a CPI do Futebol na Câmara, mas não conseguiu emplacar o pedido. Agora, promete investigar a entidade do futebol brasileiro no Senado.

Em discurso na tribuna do Senado na quarta, o ex-jogador disse que a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin foi um "alento" para todos os que "lutam contra a corrupção no futebol". O senador classificou o dirigente de "rato".

"O nome do Brasil está hoje ligado a tudo que há de pior em termos de corrupção esportiva, graças a um dos ratos que venho denunciando há muito tempo, a mesma pessoa que, ao lado da presidente Dilma Rousseff, recebeu chefes de Estado em plena Copa do Mundo de Futebol, José Maria Marin", afirmou.

O senador disse que a CPI vai fazer uma "devassa" na CBF, a quem se referiu como "casa bandida do futebol". "Uma quadrilha camuflada pelas cores da nossa bandeira, pelo nosso patrimônio cultural, solenemente festejada ao som do hino nacional. Não há alternativa: ou todos esses caras são presos, ou eles continuarão sugando o futebol brasileiro como sanguessugas, até a sua morte definitiva, o que já não está muito longe; talvez, com esse novo fato, tenhamos uma sobrevida."

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