'Cardozo tem se comportado cada vez mais como militante partidário e como advogado de defesa do PT do que como ministro da Justiça', disse Aécio Neves Foto: reprodução
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O ataque é uma tréplica ao ministro, que convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta para rebater as acusações feitas pelo tucano de que o governo atuou para incluir nomes da oposição na lista de investigados por participação no esquema de corrupção na Petrobras.
Sem citar Aécio nominalmente, Cardozo afirmou que as acusações da oposição eram inaceitáveis. "Posso afirmar em alto e bom som: se, no passado, governos agiam dessa maneira, (...) não nos meçam por réguas antigas, pelo que já foi", disse.
Horas após a fala do ministro, Aécio divulgou uma nota por meio de sua assessoria, em que afirma que "a imprensa tem noticiado as controversas e questionáveis movimentações do ministro da Justiça nos últimos meses".
"Elas mostram que o senhor Cardozo tem se comportado cada vez mais como militante partidário e como advogado de defesa do PT do que como ministro da Justiça", completou.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou nesta quarta (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não abra uma investigação contra Aécio Neves.
O nome do tucano foi citado lateralmente por delatores da Operação Lava Jato. Janot, no entanto, entendeu que não havia indícios suficientes para a instauração de inquérito.
Embora a PGR não tenha tornado pública a lista de autoridades que devem ser investigadas no STF, ontem, Aécio disse que sentiu-se "homenageado" ao saber que não figurava na relação encaminhada por Janot ao Supremo.
Na mesma ocasião, ele aproveitou para acusar setores do governo de tentar "envolver a oposição na investigação".
Relator do caso no STF, o ministro Teori Zavascki deve se pronunciar nesta sexta-feira sobre os pedidos de abertura de inquérito feitos pela Procuradoria-Geral da República.