O sistema político brasileiro passa por "inquestionável crise" e, por isso, é preciso adotar "inadiáveis mudanças", como a proibição do financiamento privado de campanhas, "causa dos principais e reincidentes escândalos que têm abalado a nação".
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A avaliação é feita em manifesto publicado nesta quarta-feira (25) pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entidades que lideram a coleta de assinaturas para projeto de lei de reforma política.
"A inquestionável crise porque passam, no Brasil, as instituições da Democracia Representativa, especialmente o processo eleitoral, decorrente este de persistentes vícios e distorções, tem produzido efeitos gravemente danosos ao próprio sistema representativo, à legitimidade dos pleitos e à credibilidade dos mandatários eleitos para exercer a soberania popular", diz trecho do texto.
Até o momento, as 106 entidades que participam da iniciativa reuniram cerca de 350 mil assinaturas -são necessárias 1,5 milhão para a proposta ser encaminhada ao Congresso Nacional. O objetivo é reunir esse volume até o final de março.
"Desejamos que a sociedade acompanhe esse processo e as reformas que ela deseja não sejam desvirtuadas ao longo do debate", afirmou dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB.
"Participamos sem a presunção de donos da verdade, mas como sujeitos que [queremos ser] ouvidos, considerados, protagonistas deste importante debate que ocorre na sociedade brasileira", ponderou Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da OAB.
Para ele, "não é imaginável" que a aprovação da reforma política não ocorra neste ano, após o tema ter sido abordado durante a última campanha eleitoral.