PSDB-SP

Aécio Neves desiste de se licenciar do Senado durante o período eleitoral

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 06/08/2014 às 20:02
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O senador Aécio Neves (PSDB-SP) anunciou nesta quarta-feira (6) que não vai se licenciar do Senado para concorrer à Presidência da República. Ele disse que vai abrir mão do salário  como senador no período eleitoral, mas que considerou, junto com os parlamentares da oposição, que é importante ficar no Congresso Nacional acompanhando os desdobramentos das denúncias sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Reportagem da revista Veja publicada no último fim de semana diz que investigados pela CPI combinaram com senadores da comissão as perguntas que seriam feitas em depoimento.

Na segunda-feira (4), o candidato à Presidência pelo PSDB havia dito que pretendia se licenciar. “Optei por não me licenciar do mandato de senador da República. Abro mão dos salários no período eleitoral, mas me manterei como senador. Até porque nós vivemos mais uma tentativa de aviltamento do Congresso Nacional como algo que se caracterizou como uma grande farsa, onde algo extremamente sério que é uma CPMI que busca investigar gravíssimas denúncias contra a Petrobras, foi transformada numa grande encenação com perguntas e respostas combinadas”, disse hoje Aécio Neves.

Após reunião, na tarde de hoje, os oposicionistas também decidiram que não vão acionar, neste momento, o Conselho de Ética do Senado contra os senadores José Pimentel (PT-CE) e Delcídio Amaral (PT-MS). Os dois foram citados nas denúncias da Veja como responsáveis pelo repasse das perguntas que seriam feitas nas oitivas da CPMI aos dirigentes da Petrobras que iriam depor, além de orientá-los sobre as respostas. Os dois negam as acusações.

“Acho que, mais importante que ir ao Conselho de Ética contra o senador Delcídio e o senador José Pimentel, é saber quem gravou, por que gravou e por que vazaram? O que o Brasil quer saber mesmo é quem provocou a farsa e com que razão. Nós vamos em primeiro lugar perseguir esses objetivos que são necessários investigar, nós temos que ir ao principal”, disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).

Para isso, os oposicionistas pretendem acionar a Polícia Federal e a Comissão de Ética da Presidência da República – as denúncias envolvem também funcionários da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência – além do Ministério Público Federal, que já recebeu representações sobre o assunto. 

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