Melhor amigo do homem

Convivência entre cães e crianças pode ser saudável, aponta estudo

Julliana de Melo
Julliana de Melo
Publicado em 27/08/2016 às 17:03
Ilustração: Guilherme Castro/ NE10
FOTO: Ilustração: Guilherme Castro/ NE10
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Criança passa a ter um faro de responsabilidade a partir da socialização com o cãozinho, segundo veterinário / Foto: Hélia Schepa/ JC Imagem

Criança passa a ter um faro de responsabilidade a partir da socialização com o cãozinho, segundo veterinário Foto: Hélia Schepa/ JC Imagem

Não é novidade que o cão é o melhor amigo do homem, inclusive de crianças. Além de divertir a criança, o animal pode ter uma relação saudável no ambiente doméstico, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e social da garotada, segundo aponta um estudo da Universidade de Melboume.

Nos primeiros estágios de vida de um bebê, porém, os responsáveis devem redobrar a atenção. A chegada de um recém-nascido na residência pode causar estranheza no animal por ser um “desconhecido”, provocando ciúmes no pet. Por isso, os pais devem reiterar os cuidados, segundo o veterinário Ricardo Rafael Cavalcanti. Para ele, a combinação entre cão e criança deve ser cautelosa. Ele orienta os pais a escolher uma raça que seja apta para uma relação mais afetiva com os pequenos. "Existem, pelo menos, 11 grupos distintos de cães. Para uma relação doméstica onde há criança, o ideal é que os pais escolham os cachorros de companhia como os de luxo, maltês, iorque chaire e labrador, que dão super bem com a garotada", indicou. 

Xodó da casa, a cadelinha Cristal, da raça schutz, teve que se “readaptar” à novidade que estava prestes a chegar na residência da dona de casa Glauce Gomes, de 41 anos. Com a chegada do filho Rodolfo Valença, hoje aos 9 meses de idade, ela teve que treinar o animal para que não ficasse com receio. “Quando engravidei, eu me perguntei: e agora? Me indicaram que quando fosse lavar a roupinha do bebê, eu pegasse algum objeto do bebê para a cadela cheirar antes de enxaguar”, contou Glauce. Ela ainda lembra que, uma semana antes do nascimento do filho, o pet cheirou a fralda com o intuito de familiarizá-lo com a novidade. “Assim que cheguei da maternidade, Cristal sentiu a presença de algo diferente (o bebê) e ficou mais triste. Depois, ela acostumou e voltou ao normal”.

Quando o assunto é higiene doméstica, Glauce ainda diz que sempre costuma limpar a casa, sobretudo nesta fase, quando o bebê está dando os primeiros passos. “Ela é a dona do sofá aqui da minha casa. Costumo sempre trocar o pano a cada dois dias. Sempre meu marido ou o veterinário dão banho pelo menos uma vez por semana, porque essa raça é bem peluda e a tosa ocorre a cada 3 meses”, detalhou.

VEJA DICAS PARA MANTER O ANIMAL SEMPRE LIMPINHO:

Ilustração: Guilherme Castro/ NE10
Fonte: Cláudia Pizzolatto/ psicóloga canina da BitCão - Ilustração: Guilherme Castro/ NE10
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Ilustração: Guilherme Castro/ NE10
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Apesar da companhia e diversão que o animal costuma causar dentro de casa, o veterinário Ricardo Rafael Cavalcanti explica ainda que os responsáveis devem limitar a brincadeira entre o pet e a criança. “Nesse caso, os pais devem dar limites para o cão, porque o bebê é imprevisível. O pequeno vai puxar a orelha, vai abraçar com força e ele não vai ter noção de defesa. Tudo isso é inconsequente, não pode deixar a criança tão próxima do cão porque o bicho pode reagir”, orientou. Educar o animal desde pequeno é fundamental para que os primeiros passos da “amizade” sejam saudáveis. “Um cão de guarda não é ideal para se ter em casa quando há uma criança, mas quando é bem educado, ele pode se tornar um bom amigo”, frisou. Para deixar o animal dócil, os responsáveis devem buscar orientação de um profissional especializado. Quem mora em uma casa pequena ou apartamento, o veterinário ainda sugere adquirir um cão que se adapte ao espaço físico do imóvel.

Se por um lado os pais devem colocar uma “coleira” na relação doméstica, por outro o profissional garante que a criança passa a ter um faro de responsabilidade a partir da socialização com o cãozinho, o que estimula os pequenos a superarem alguns obstáculos do dia a dia. “Minha filha, de 11 anos, era super tímida. Depois que comprei um cachorro, ela ficou toda desinibida. Isso funciona muito bem para crianças introvertidas”, exemplificou o veterinário. Ele ainda ressalta que os mesmos cuidados da saúde que os pais têm com a criança também deve ser dados ao cãozinho. “A saúde do seu bebê depende da saúde do seu animal. Uma coisa está relacionada a outra”, finalizou.

Confira dicas para uma convivência harmoniosa entre cães e crianças 

1 - Por mais bem comportadas que sejam, crianças são crianças. E é certo que em algum momento terão aquela grande ideia de demonstrar seu carinho apertando o pescoço do cão ou puxando seus pelos. É importante deixar claro para seu filho que ele não deve brincar dessa forma.

2 - Outra dica importante é ensinar as crianças a não incomodar o cachorro enquanto ele estiver comendo ou dormindo. Nessas situações, o animal pode se sentir ameaçado por ter seu espaço invadido.

3 - Socialize o cachorro, seja ele adulto ou filhote. Deixe o cão se acostumar com o ambiente e só depois aproxime a criança dele.

4 - Quando o animal se comportar bem, recompense-o com elogios e petiscos. Repreenda-o caso ele comece a correr e fazer brincadeiras agressivas como morder ou pular na criança.

5 - Na hora de repreender, coloque moedas dentro de uma lata de modo que faça barulho quando chacoalhar. No momento que o seu cão demonstrar um comportamento inoportuno, dê uma boa bronca dizendo enfaticamente a palavra “não” e no mesmo momento mexa a lata fazendo bastante barulho. Isso irá inibir os maus hábitos.

6 - Inclua o cão na rotina da casa e principalmente nas brincadeiras cotidianas. Isso tornará a convivência mais prazerosa e reforçará o vínculo entre ele e seu filho.

7 - Mesmo vigiando atentamente para que o cãozinho não pule nas crianças, em algum momento isso pode acontecer. Portanto, mantenha sempre em dia o corte das unhas do animal.

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