Recife ocupa a segunda posição do País com o maior número de adeptos ao vegetarismo e veganismo Foto: Ricardo Labastier/ JC Imagem
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"Eu gosto tanto de animais (domésticos), que não vejo motivo para consumir apenas 'alguns tipos'. Não consigo me imaginar fazendo essa seleção. Se é não para um, é não para todos", frisou a estudante Ingrid Firmino, de 23 anos, ao colocar todos os argumentos do vegetarianismo no prato há pelo menos dez meses. Depois de eliminar os alimentos de origem animal, ela diz que, em janeiro deste ano, parou de consumir alimentos derivados do leite, admitindo que são os mais difíceis de abrir mão. "A maioria dos alimentos tem leite. Inclusive, nada de chocolate", lamentou.
A estudante acreditava que seria difícil adotar o novo hábito, porém não sofreu com a mudança na alimentação. Ela conta que alguns alimentos da refeição foram substituídos. "Como macarrão à base de arroz. Além de consumir feijão separado porque o meu não tem carne, sendo feito apenas com verdura", ressaltou. Ela ainda diz que participa de alguns grupos de vegetarianos nas redes sociais, trocando experiências e receitas especiais.
Já para o educador Clayton Pernambuco, 39, constatou que a carne estava sendo a vilã na refeição, uma vez que deixava a digestão mais lenta. Para ele, mergulhar na onda do vegetarianismo foi fundamental para trabalhar a saúde do corpo. “Comecei deixando a carne, depois o frango. Logo em seguida, tirei o peixe do prato porque todas as proteínas estão nos vegetais”, lembrou. O educador ainda relatou que o processo de mudança não foi difícil, porém levou um tempo para se adaptar à nova realidade. “Deixei a carne no período de um ano, mas a gente tem que entender que cada pessoa tem o seu processo”.
Adepto do vegetarianismo há pelo menos três anos, Clayton diz que há uma variedade de nutrientes que podem substituir as proteínas presentes nas carnes. “Precisamos sair da ideia de que vegetarianos só comem alface. Hoje temos várias opções como a carne de jaca, cogumelo, estrogonofe de palmito (feito com leite de soja)”, esclarece. Para verificar as taxas sanguíneas, o educador também conta com uma nutricionista. Agora Clayton está em transição do vegetarianismo para o veganismo. "É mais fácil um carnívoro se tornar vegetariano do que o vegetariano em vegano. Um adepto do veganismo não come nenhum derivado de animal como ovos, mel e leite. Toda essas substâncias criam algum tipo de vício no organismo", explicou.
A nutricionista Marcele Madeiro orienta os novos adeptos a procurarem recomendações de um profissional para elaborar um cardápio adequado e específico. Ela ainda alerta para o risco de a pessoa desenvolver deficiência em algumas vitaminas e minerais. "Quem for aderir ao vegetarianismo ou veganismo pode ter déficit proteico. Isso pode acontecer, principalmente, se a dieta não for equilibrada, provocando deficiência em alguns nutrientes", explicou.
Para Marcele, o indivíduo pode deixar de consumir algumas propriedades específicas presentes nos alimentos como o cálcio do leite, o zinco e a vitamina B12 presentes na carne. A nutricionista ainda esclarece que algumas pessoas podem tomar suplemento alimentar para auxiliar no equilíbrio de determinada deficiência de vitamina. Ela ainda garante que é possível ser saudável sendo vegetariano ou vegano.