A Anvisa aprovou o registro de três kits para o diagnóstico do zika vírus; decisão será publicada no Diário Oficial Foto: AFP
A partir do registro, as empresas poderão comercializar o produto no País. Um dos maiores desafios de autoridades sanitárias e de especialistas que se debruçam a entender um pouco mais sobre o zika e sua relação com a explosão de nascimentos de bebês com microcefalia é, até agora, a falta de um método simples e rápido para identificar a infecção pelo vírus.
A ferramenta disponível até o momento era o teste PCR, que identifica fragmentos do DNA do vírus. Esse teste, além de caro e demorado, somente pode ser feito no período em que a infecção está em curso. Passado esse tempo, o exame é incapaz de identificar se houve de fato alguma infecção. Com isso, fica difícil avaliar, por exemplo, se o bebê com microcefalia teve, durante o período da gestação, contato com o zika. Ou se uma gestante que apresenta manchas e coceiras apresentou a infecção.
Um dos testes aprovados pela Anvisa rompe essa limitação. O exame permite a identificação dos anticorpos produzidos pelo organismo depois de ter contato com o vírus. Isso significa que o teste promete identificar a contaminação ou não pelo agente, mesmo que isso tenha ocorrido há muito tempo. "Isso pode trazer tranquilidade para gestantes", completou. Pode ainda ajudar casais no planejamento familiar.
Ao todo, a Anvisa aprovou nesta terça, 2, o registro de cinco testes. Além dos específicos para zika, um para chikungunya e outro que permite diferenciar se a contaminação ocorreu por um dos quatro sorotipos de dengue, por chikungunya ou zika. Os kits são produzidos pelas empresas Quibasa e Eurouimmun.