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França experimenta tratamento para prevenir contaminação por Aids

NE10
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Publicado em 04/01/2012 às 10:19
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Cientistas franceses estão experimentando um tratamento para prevenir uma eventual contaminação pelo vírus da Aids em homens homossexuais soronegativos, anunciou nesta quarta-feira (4) em Paris o coordenador do estudo, Jean-Michel Molina.

O tratamento médico deve ser tomado antes e depois das relações sexuais, segundo o cientistas, que destacou que "é preciso fazer tudo para diminuir o número de novas contaminações por HIV nas populações mais expostas".

O primeiro teste de prevenção com medicamentos ou "profilaxia pré-exposição" (PrEP) ao HIV" para os homens homossexuais soronegativos residentes na França, iniciado pela Agência Nacional de Pesquisas sobre a Aids (ANRS), reunirá 300 voluntários.

Metade receberá um placebo e outra metade um antirretroviral oral, o Truvada, que combina dois produtos (Tenofovir + FTC): dois comprimidos antes e durante o período de atividade sexual (o fim de semana, por exemplo), e um comprimido depois.

O único outro estudo de eficácia de um tratamento a ser tomado antes e depois das relações sexuais, por homens homossexuais soronegativos (teste Iprex), aconteceu principalmente na América do Sul e Tailândia.

Ao contrário do primeiro Iprex, no experimento francês, o ANRS Ipergay, os medicamentos serão distribuídos a pedido do voluntário, para um período de atividade sexual, o que deve tornar mais fácil respeitar o tratamento.

O experimento ANRS Ipergay acontecerá em três áreas: primeiro Paris e Lyon, no centro da França, e depois em Montreal, no Canadá.

Se a primeira etapa for considerada um sucesso, uma segunda fase terá 1.900 participantes (incluindo os 300 primeiros).

Mas os medicamentos não substituem a prevenção: todo os participantes terão a possibilidade de fazer exames frequentes para detectar infecções sexualmente transmissíveis, assim como terão acesso a conselhos e preservativos.

Este método que combina varias prevenções não é utilizado apenas para o HIV, mas também para doenças como a malária.

Os tratamentos antirretrovirais (ARV) têm demonstrado, desde 1996, capacidade para reduzir a mortalidade e tratar os soropositivos, mas não curam os infectados.

Desde 1994 permitem limitar a contaminação de mãe para filho durante a gravidez e o parto. Estes medicamentos são também utilizados como tratamento de urgência após uma relação não protegida que apresenta riscos.

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